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Fusão cria a 4ª maior empresa de energia
Companhia criada pelo acordo entre e a franco-belga Suez e estatal francesa GDF tem valor de mercado de 70 bilhões
Com acordo, França quer reduzir dependência de energia vinda da Rússia; união tem oposição de sindicato francês
DA REDAÇÃO
Depois de mais de um ano e
meio de negociação, o grupo
privado franco-belga Suez, que
atua no Brasil, e a estatal Gaz de
France (GDF) anunciaram oficialmente ontem a sua fusão. A
nova companhia será a quarta
maior do mundo no setor de
energia em termos de valor de
mercado: cerca de 70 bilhões.
A fusão é considerada uma
tentativa de reduzir a dependência européia em relação ao
gás natural importado da Rússia e deve gerar polêmica -sindicatos franceses já disseram
ser contra o negócio, que envolve a privatização da GDF.
Pelo acordo, o Estado francês terá 35,6% das ações da nova empresa, garantindo o seu
controle. Hoje, o governo tem
80,2% das ações da GDF. Em
2005, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, então ministro
das Finanças, prometeu que o
Estado não teria participação
na GDF inferior a 70%.
"O importante é ter o controle. Se tivermos o controle, controlamos a estratégia", afirmou
o premiê François Fillon.
Um dos maiores sindicatos
da França, a CGT, disse que
pretende lançar um abaixo-assinado nacional para impedir a
privatização da GDF. Segundo
a CGT, a fusão das duas empresas acarretará alta nas tarifas
cobradas dos consumidores.
Rússia
Para Cirelli, a nova empresa
terá um "papel essencial" na
consolidação do mercado de
energia europeu. Em nota, as
duas empresas disseram que
"recentes acontecimentos no
mercado de energia reforçaram
a lógica industrial" por trás da
operação, que acontece no momento em que a Europa tenta
reduzir sua dependência energética da Rússia.
No início de 2006, a Rússia
cortou o fornecimento de gás
natural para a Ucrânia, principal rota do produto em direção
à União Européia, devido a um
impasse nas negociações sobre
o preço e por problemas políticos entre os dois países. A decisão prejudicou o abastecimento de vários países da UE.
Negociações
Sarkozy, deu o empurrão final necessário para a realização
do negócio, ao dizer, na semana
passada, que preferia que a estatal se fundisse apenas com a
divisão de energia da Suez.
Com isso, haverá o desmembramento da divisão de água e
lixo da companhia privada.
O acordo original, formulado
em fevereiro de 2006 no governo do então premiê, Dominique de Villepin, rival de Sarkozy, incluía uma fusão de todas as divisões das duas empresas. Ele surgiu como uma medida para impedir que o grupo
italiano Enel, que tinha feito
uma oferta hostil pela Suez,
controlasse a empresa.
Com agências internacionais
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