São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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VIZINHO

Bônus têm boa aceitação

Risco-país da Argentina fica abaixo do brasileiro

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Após meses "encostado" no risco-país do Brasil, o indicador da Argentina caiu abaixo do brasileiro ontem. Em um momento do dia, o risco brasileiro ficou em 343 pontos, contra 342 do da Argentina, segundo o banco de investimentos JP Morgan.
No final da tarde, o indicador do Brasil voltou a ficar acima do argentino: os riscos dos dois países estavam, respectivamente, em 341 e 343 pontos. O motivo da baixa é a forte demanda que os bônus emitidos pelo país vizinho estão tendo no mercado internacional. Alguns dos papéis argentinos têm rendimento extra dependendo da variação do PIB do país, que deve apresentar crescimento maior do que o esperado.
A recomendação de muitos bancos para os bônus emitidos pela Argentina vem sendo melhor até do que a indicada para os títulos brasileiros. No mês passado, alguns papéis argentinos tiveram alta de até 14%.
O Ministério da Economia anunciou ontem que a Venezuela e a Província de Santa Cruz, que era governada pelo presidente Néstor Kirchner, comprarão cerca de US$ 196 milhões em bônus com vencimento em 2012.
O risco-país mede o quanto a mais de juros em relação à taxa dos títulos dos EUA os investidores querem para aceitar os papéis de um determinado país.
Além da atratividade dos papéis vinculados ao crescimento do país vizinho, o patamar dos riscos brasileiro e argentino está mais próximo, mesmo com a recente história de calote da Argentina, porque o perfil da dívida argentina é mais favorável do que o brasileiro: os pagamentos do Brasil estão mais concentrados no curto prazo, enquanto no caso argentino são mais de longo prazo.
Além disso, a Argentina vem mostrando bons indicadores econômicos: conseguiu reestruturar sua dívida, vem crescendo em ritmo superior ao do Brasil e teve superávit fiscal superior a 4% do PIB no ano passado.


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