|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIZINHO
Bônus têm boa aceitação
Risco-país da Argentina fica abaixo do brasileiro
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
Após meses "encostado" no risco-país do Brasil, o indicador da
Argentina caiu abaixo do brasileiro ontem. Em um momento do
dia, o risco brasileiro ficou em 343
pontos, contra 342 do da Argentina, segundo o banco de investimentos JP Morgan.
No final da tarde, o indicador do
Brasil voltou a ficar acima do argentino: os riscos dos dois países
estavam, respectivamente, em 341
e 343 pontos. O motivo da baixa é
a forte demanda que os bônus
emitidos pelo país vizinho estão
tendo no mercado internacional.
Alguns dos papéis argentinos têm
rendimento extra dependendo da
variação do PIB do país, que deve
apresentar crescimento maior do
que o esperado.
A recomendação de muitos
bancos para os bônus emitidos
pela Argentina vem sendo melhor
até do que a indicada para os títulos brasileiros. No mês passado,
alguns papéis argentinos tiveram
alta de até 14%.
O Ministério da Economia
anunciou ontem que a Venezuela
e a Província de Santa Cruz, que
era governada pelo presidente
Néstor Kirchner, comprarão cerca de US$ 196 milhões em bônus
com vencimento em 2012.
O risco-país mede o quanto a
mais de juros em relação à taxa
dos títulos dos EUA os investidores querem para aceitar os papéis
de um determinado país.
Além da atratividade dos papéis
vinculados ao crescimento do
país vizinho, o patamar dos riscos
brasileiro e argentino está mais
próximo, mesmo com a recente
história de calote da Argentina,
porque o perfil da dívida argentina é mais favorável do que o brasileiro: os pagamentos do Brasil
estão mais concentrados no curto
prazo, enquanto no caso argentino são mais de longo prazo.
Além disso, a Argentina vem
mostrando bons indicadores econômicos: conseguiu reestruturar
sua dívida, vem crescendo em ritmo superior ao do Brasil e teve superávit fiscal superior a 4% do PIB
no ano passado.
Texto Anterior: Comércio: EUA vão recorrer de decisão a favor da UE Próximo Texto: Analistas vêem dólar a R$ 2,35 Índice
|