São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Agência quer empresas com plano de metas de competição

DA ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Depois das metas de universalização e das metas de qualidade, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prepara o Plano Geral de Metas de Competição para o setor de telecomunicações, a ser colocado em consulta pública ainda neste ano. É uma tentativa de conciliar interesses, até agora divergentes, das empresas telefônicas, radiodifusores, provedores de acesso à internet e televisão por assinatura no cenário de convergência das mídias.
O presidente da Anatel, Plínio Aguiar Júnior, disse que o grande desafio para promover a competição é a posse das redes de telecomunicações pelas companhias telefônicas, uma herança do sistema estatal que não se modificou após a privatização. "A telefonia local deixou de ser o grande negócio de cem anos atrás, mas ainda representa um ativo de valor inestimável, por onde trafegam a internet, a banda larga e a multimídia. Esse macrossistema precisa estar à disposição de todos os prestadores de serviços."
A proposta da agência é separar a rede física das teles dos demais serviços que elas prestam, baseada na experiência da British Telecom.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, que acompanhou a apresentação da Anatel, mostrou-se cético, mas afirmou que vai esperar que a agência dê mais detalhes do modelo para se manifestar.
O conselheiro da Anatel Pedro Jaime Ziller defende a cisão estrutural das companhias telefônicas, que seriam divididas em duas: uma seria dona da rede de telefonia e a outra prestaria serviços ao público e utilizaria a rede nas mesmas condições dos outros competidores.
A sugestão da Anatel foi prontamente rechaçada pelas concessionárias do serviço fixo local. O presidente da Telemar, Luiz Eduardo Falco, disse que o que é bom para o Reino Unido não é bom para o Brasil, referindo-se ao fato de a Anatel usar a British Telecom como modelo.
O presidente do grupo Telefônica, Fernando Xavier Ferreira, também desdenhou da proposta. Disse que nenhuma outra operadora, além da British, adotou tal modelo, o que o leva a concluir que não dá certo.
A Brasil Telecom, terceira maior concessionária do serviço fixo local, afirmou ter contratado um consultor inglês para assessorá-la em um futuro posicionamento. (EL)


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