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Bolsa recua 3%, afetada por ações da Vale
Destaque de valorização nas últimas semanas, papel PNA da companhia registrou queda de 7,76% no pregão de ontem
Para analistas, investidores venderam seus papéis para auferirem ganhos obtidos nos últimos pregões; dólar sobe 0,82%, para R$ 1,84
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Destaque de alta dos últimos
pregões, as ações da Vale do Rio
Doce despencaram ontem e arrastaram a Bolsa Valores de São
Paulo, que terminou com desvalorização de 3,09%.
Movimentos de realização de
lucros, que ocorrem quando investidores se desfazem de
ações para aproveitar ganhos
acumulados, eram esperados
por analistas, pois a Bolsa subiu
rapidamente e de forma expressiva nas últimas semanas.
Com o cenário externo menos favorável -as Bolsas também caíram nos EUA-, os investidores preferiram vender ações na Bovespa ontem. Os estrangeiros, que se destacaram
na ponta de compra no mês de
setembro e foram fundamentais na condução da Bovespa a
novos recordes, também se
desfizeram de papéis de companhias brasileiras ontem.
A movimentação financeira
da Bovespa ontem foi bastante
elevada, de R$ 8,3 bilhões, bem
acima da média diária de setembro (R$ 4,7 bilhões).
Dados econômicos norte-americanos não colaboraram
para o desempenho dos mercados. A informação de que houve
recuo de 2,7% no número de
solicitações de empréstimos
hipotecários nos EUA na última semana de setembro desapontou. Houve também a divulgação, pelo instituto de pesquisas ISM, de queda no ritmo
de expansão do setor de serviços americano no mês passado.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, teve queda de
0,56%; a Nasdaq caiu 0,64%.
As ações da Vale do Rio Doce,
que costumam estar entre as
mais procuradas pelo capital
externo, responderam por quase 25% da movimentação da
Bolsa de ontem. As perdas dos
papéis da companhia ficaram
em 7,76% (PNA) e 7,53% (ON),
devolvendo boa parte de seus
ganhos recentes. A ação PNA,
por exemplo, tinha subido 17%
em apenas duas semanas.
"Houve um processo de realização por conta da forte alta
dos papéis [da Vale]. E o mercado internacional não ajudou
muito", afirma Luiz Rogê Ferreira, economista responsável
pelo departamento de análises
da consultoria CMA.
Para o economista, o fato de a
Vale ter levado a subconcessão
de um trecho da ferrovia Norte-Sul, por R$ 1,478 bilhão, não
pesou no desempenho ruim de
suas ações. "Toda aquisição implica desembolso de caixa. Mas
o negócio vai fazer com que a
companhia ganhe ainda mais
eficiência no futuro."
Segundo profissionais do
mercado, também repercutiu
ontem a informação de que o
banco JP Morgan fez uma alteração em sua recomendação
para clientes em relação às
ações da Vale de "compra" para
"neutra", pois os papéis já atingiram um alto valor.
Outro papel com forte perda
foi o ON do Banco do Brasil,
que recuou 5,47%. A notícia de
que o Itaú perdeu a folha de pagamento do governo de Minas
Gerais para o BB foi muito comentada entre os operadores.
O mercado de câmbio não se
isolou do dia negativo. O dólar
encerrou vendido a R$ 1,84,
após apreciação de 0,82%.
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