São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2000

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TRABALHO
Presidente da central diz que um acordo ficou mais fácil; CUT rejeita idéia de negociar com a proposta de 10%
Força Sindical já fala em adiar greve geral

RICARDO GRINBAUM
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, acha que ficou mais fácil fechar um acordo e evitar a greve conjunta com a CUT marcada para o dia 7, uma vez que os sindicatos patronais aumentaram suas propostas de reajuste salarial.
"É melhor uma boa negociação do que uma boa briga", disse Paulinho, num tom conciliador, bem diferente do discurso que fez na terça-feira, quando trocou acusações com o presidente da Fiesp, Horácio Piva.
A greve conjunta da Força Sindical e da CUT estava sendo tratada como uma demonstração de poder dos sindicatos, com uma promessa de mobilização de dois milhões de trabalhadores, principalmente metalúrgicos, bancários e petroleiros do Estado de São Paulo.
Paulinho acha que a possibilidade de greve ficou mais distante porque, segundo ele, os patrões estão aumentando as propostas salariais acima dos 5% de reajuste anunciados anteriormente.
O presidente da Força Sindical defendeu que os trabalhadores aceitem reajuste salarial de 10%, a metade do que estava sendo cobrada nas mesas de negociações pelas centrais sindicais.
"Não vamos fazer greve por greve. Sabemos que 20% é muito e não vamos conseguir. O que queremos é conseguir alguma coisa acima da inflação e 10% seria um bom acordo", disse ele.
Paulinho defendeu o adiamento da greve do dia 7 para o dia 8, A intenção é ganhar mais tempo para negociar com os sindicatos patronais.
Além disso, ele quer adiar a greve porque no dia 7 os líderes sindicais não poderiam participar da mobilização, porque têm reunião marcada em Brasília para tratar do FGTS.
O presidente da CUT, João Felício, não concordou com as propostas de Paulinho. Para os 16 sindicatos de metalúrgicos da CUT, diz Felício, a greve será mantida para o dia 7 e só será cancelada se os patrões aumentarem muito sua proposta de reajuste salarial.
"Eles (os sindicatos da Força Sindical) podem entrar em greve no dia 8. Vamos para a greve com quem estiver a fim", disse Felício.
O presidente da CUT também não concordou com a proposta de Paulinho de aceitar reajustes de salário de 10%, ao contrário dos 20% pedidos pelas centrais.
"Nós, da CUT, nunca vamos pedir 20% e dizer que 10% está bom antes de encerrar a campanha e as negociações", comentou João Felício.


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