São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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BEBIDAS

Volume de cerveja cresce após um ano, mas ganho sofre queda recorde de 61%

AmBev vende mais e lucra menos

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A AmBev registrou aumento no volume de cerveja vendida, pela primeira vez após quatro trimestres (um ano) de queda. A venda da bebida cresceu 17,1% de julho a setembro sobre igual período de 2003. Esse aumento, somado à redução nos descontos no preço da marca Antarctica, que eram oferecidos ao varejo, e a "pequenos reposicionamentos" (reajustes de preço) da cerveja em bares, ajudou a elevar a receita do grupo.
O volume atingiu R$ 2,9 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 46% sobre 2003.
O lucro líquido, porém, sofreu o maior tombo na história da empresa, em termos percentuais. Houve uma queda de 61,3% nesse resultado de julho a setembro (o valor foi de R$ 131,7 milhões) em relação a igual intervalo de 2003. Na avaliação da companhia, fatores contábeis e cambiais pressionaram esse desempenho negativo. Por exemplo, houve queda na cotação do dólar no dia 30 de setembro -data usada pelas empresas para contabilizar no balanço, em reais, a receita obtida em moeda estrangeira. Com essa queda, há um reflexo negativo nos resultados. Mas o efeito é contábil. Uma elevação na cotação do dólar pode fazer o valor subir num próximo balanço.
Segundo o balanço apresentado pela empresa, dona das marcas Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia, as despesas com vendas e marketing subiram. A companhia gasta recursos em mídia e, segundo o balancete, esse aumento de despesas ocorreu por conta da "necessidade de investimento para suportar a saúde das marcas Guaraná Antarctica e Pepsi Cola".
Nos balanços anteriores, a necessidade de aplicar mais recursos em marketing de cervejas -por conta da disputa de mercado com a Nova Schin- havia pressionado os resultados.
Na área de refrigerantes, a empresa repete, em parte, as informações apresentadas no segmento de cerveja para explicar a alta na receita. Diz que "a melhor performance da receita unitária [com refrigerantes] foi resultado de pequenos reposicionamentos de preços em embalagens e em canais [de venda] específicos".
A comemoração dos resultados feita pela direção ficou concentrada na expansão da participação de mercado das cervejas da marca. O mesmo não ocorreu com refrigerantes, entretanto. As cervejas foram responsáveis por 67% da venda total do mercado ao final do terceiro trimestre.
"A recuperação [na receita líquida por mil litros vendidos] foi alcançada com a redução de descontos na marca Antarctica, um maior percentual de vendas por meio do sistema de distribuição direta da empresa e por pequenos reposicionamentos de preço em algumas regiões do país".
Já no caso de refrigerantes, houve uma "ligeira queda", diz a companhia, na participação da AmBev. Em setembro de 2004, os refrigerantes fabricados pelo grupo eram donos de 16,2% do mercado. Em setembro de 2003, a taxa estava em 16,4%.


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