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BEBIDAS
Volume de cerveja cresce após um ano, mas ganho sofre queda recorde de 61%
AmBev vende mais e lucra menos
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A AmBev registrou aumento no
volume de cerveja vendida, pela
primeira vez após quatro trimestres (um ano) de queda. A venda
da bebida cresceu 17,1% de julho a
setembro sobre igual período de
2003. Esse aumento, somado à redução nos descontos no preço da
marca Antarctica, que eram oferecidos ao varejo, e a "pequenos
reposicionamentos" (reajustes de
preço) da cerveja em bares, ajudou a elevar a receita do grupo.
O volume atingiu R$ 2,9 bilhões
no terceiro trimestre, uma alta de
46% sobre 2003.
O lucro líquido, porém, sofreu o
maior tombo na história da empresa, em termos percentuais.
Houve uma queda de 61,3% nesse
resultado de julho a setembro (o
valor foi de R$ 131,7 milhões) em
relação a igual intervalo de 2003.
Na avaliação da companhia, fatores contábeis e cambiais pressionaram esse desempenho negativo. Por exemplo, houve queda na
cotação do dólar no dia 30 de setembro -data usada pelas empresas para contabilizar no balanço, em reais, a receita obtida em
moeda estrangeira. Com essa
queda, há um reflexo negativo
nos resultados. Mas o efeito é contábil. Uma elevação na cotação do
dólar pode fazer o valor subir
num próximo balanço.
Segundo o balanço apresentado
pela empresa, dona das marcas
Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia, as despesas com vendas e
marketing subiram. A companhia
gasta recursos em mídia e, segundo o balancete, esse aumento de
despesas ocorreu por conta da
"necessidade de investimento para suportar a saúde das marcas
Guaraná Antarctica e Pepsi Cola".
Nos balanços anteriores, a necessidade de aplicar mais recursos
em marketing de cervejas -por
conta da disputa de mercado com
a Nova Schin- havia pressionado os resultados.
Na área de refrigerantes, a empresa repete, em parte, as informações apresentadas no segmento de cerveja para explicar a alta
na receita. Diz que "a melhor performance da receita unitária [com
refrigerantes] foi resultado de pequenos reposicionamentos de
preços em embalagens e em canais [de venda] específicos".
A comemoração dos resultados
feita pela direção ficou concentrada na expansão da participação
de mercado das cervejas da marca. O mesmo não ocorreu com refrigerantes, entretanto. As cervejas foram responsáveis por 67%
da venda total do mercado ao final do terceiro trimestre.
"A recuperação [na receita líquida por mil litros vendidos] foi
alcançada com a redução de descontos na marca Antarctica, um
maior percentual de vendas por
meio do sistema de distribuição
direta da empresa e por pequenos
reposicionamentos de preço em
algumas regiões do país".
Já no caso de refrigerantes, houve uma "ligeira queda", diz a
companhia, na participação da
AmBev. Em setembro de 2004, os
refrigerantes fabricados pelo grupo eram donos de 16,2% do mercado. Em setembro de 2003, a taxa
estava em 16,4%.
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