São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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EXPANSÃO

Maior petroquímica da América Latina pretende iniciar construção de nova planta industrial em Paulínia (SP)

Braskem vai investir R$ 600 mi em 2005

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

A Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina, deverá investir mais de R$ 600 milhões em 2005, incluindo neste total uma nova planta industrial para a produção de 300 mil toneladas por ano de polipropileno em Paulínia (SP), cujo início de operação está previsto para 2007.
A informação foi dada ontem pelo presidente da Braskem, José Carlos Grubisich. Segundo ele, o investimento da empresa já é uma resposta ao crescimento da economia neste ano, e representa o dobro dos R$ 300 milhões investidos em 2004.
Segundo Grubisich, o mercado petroquímico sempre cresce duas a três vezes mais do que a economia. "O forte crescimento do mercado interno exige constantes investimentos da Braskem", diz Grubisich.
A previsão da Braskem, uma das três maiores empresas industriais privadas do país, é de ter neste ano um crescimento superior a 20%, o que significa que seu faturamento deverá ultrapassar a casa de R$ 10 bilhões.
Para realizar os investimentos previstos para 2005, a Braskem deve encaminhar, em breve, um pedido de financiamento ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Braskem, que é controlada pelos grupo Odebrecht, já tem há dois anos uma consulta de empréstimo de R$ 500 milhões na gaveta do banco, e que até hoje não foi aprovado.
A Braskem irá anunciar hoje os resultados do terceiro trimestre deste ano, e a expectativa do mercado é a de a empresa registrar um lucro recorde, apesar do aumento dos preços do petróleo, um importante componente nos seus custos, já que a nafta (derivada do produto) é a principal matéria-prima da petroquímica.
Segundo Grubisich, este desempenho da empresa se deve, além da recuperação econômica, à melhora da situação de caixa da empresa. Desde que a Braskem foi criada, em 2002, sua dívida sofreu uma queda significativa em relação ao seu fluxo de caixa. O nível de endividamento era calculado em sete vezes o Ebtida (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização). A relação caiu para 3,2 vezes. Ou seja, a metade em dois anos."Não existe mais problema de dívida na Braskem", afirma Grubisich.
De acordo com o presidente, a maior prova disso foi a valorização das ações da Braskem nos últimos dois anos. Em 2002, o valor de mercado da empresa estava na faixa de US$ 300 milhões. Hoje, já está na casa de US$ 3 bilhões.
Segundo Grubisich, um dos grandes responsáveis pela melhora da situação de endividamento da empresa em relação ao seu caixa foi o recente lançamento de ações nos mercados nacional e internacional, que ajudou não só abater a dívida como alongar o seu perfil.
A Braskem captou recentemente R$ 1,21 bilhão em ações, sendo que 70% foi adquirida no mercado internacional. Segundo Grubisich, a procura pelas ações foi quase seis vezes superior ao que foi vendido. A dívida bruta da empresa, até o segundo trimestre do ano, estava em R$ 8,6 bilhões. Com o aumento de capital, ela reduziu em R$ 2 bilhões.

Pólo
Além da nova unidade de Paulínia, a Braskem também está estudando uma participação no investimento de um novo complexo petroquímico na fronteira com a Bolívia. Seria um investimento binacional junto com a Petrobras, a partir do aproveitamento do gás da Bolívia. O total do investimento deve chegar a US$ 1,3 bilhão. Além da Braskem, a Repsol também deve participar do projeto.


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