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EXPANSÃO
Maior petroquímica da América Latina pretende iniciar construção de nova planta industrial em Paulínia (SP)
Braskem vai investir R$ 600 mi em 2005
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina,
deverá investir mais de R$ 600 milhões em 2005, incluindo neste total uma nova planta industrial para a produção de 300 mil toneladas por ano de polipropileno em
Paulínia (SP), cujo início de operação está previsto para 2007.
A informação foi dada ontem
pelo presidente da Braskem, José
Carlos Grubisich. Segundo ele, o
investimento da empresa já é uma
resposta ao crescimento da economia neste ano, e representa o
dobro dos R$ 300 milhões investidos em 2004.
Segundo Grubisich, o mercado
petroquímico sempre cresce duas
a três vezes mais do que a economia. "O forte crescimento do
mercado interno exige constantes
investimentos da Braskem", diz
Grubisich.
A previsão da Braskem, uma
das três maiores empresas industriais privadas do país, é de ter
neste ano um crescimento superior a 20%, o que significa que seu
faturamento deverá ultrapassar a
casa de R$ 10 bilhões.
Para realizar os investimentos
previstos para 2005, a Braskem
deve encaminhar, em breve, um
pedido de financiamento ao
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Braskem, que é controlada
pelos grupo Odebrecht, já tem há
dois anos uma consulta de empréstimo de R$ 500 milhões na
gaveta do banco, e que até hoje
não foi aprovado.
A Braskem irá anunciar hoje os
resultados do terceiro trimestre
deste ano, e a expectativa do mercado é a de a empresa registrar
um lucro recorde, apesar do aumento dos preços do petróleo,
um importante componente nos
seus custos, já que a nafta (derivada do produto) é a principal matéria-prima da petroquímica.
Segundo Grubisich, este desempenho da empresa se deve, além
da recuperação econômica, à melhora da situação de caixa da empresa. Desde que a Braskem foi
criada, em 2002, sua dívida sofreu
uma queda significativa em relação ao seu fluxo de caixa. O nível
de endividamento era calculado
em sete vezes o Ebtida (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização). A relação caiu para 3,2 vezes.
Ou seja, a metade em dois
anos."Não existe mais problema
de dívida na Braskem", afirma
Grubisich.
De acordo com o presidente, a
maior prova disso foi a valorização das ações da Braskem nos últimos dois anos. Em 2002, o valor
de mercado da empresa estava na
faixa de US$ 300 milhões. Hoje, já
está na casa de US$ 3 bilhões.
Segundo Grubisich, um dos
grandes responsáveis pela melhora da situação de endividamento
da empresa em relação ao seu caixa foi o recente lançamento de
ações nos mercados nacional e internacional, que ajudou não só
abater a dívida como alongar o
seu perfil.
A Braskem captou recentemente R$ 1,21 bilhão em ações, sendo
que 70% foi adquirida no mercado internacional. Segundo Grubisich, a procura pelas ações foi
quase seis vezes superior ao que
foi vendido. A dívida bruta da empresa, até o segundo trimestre do
ano, estava em R$ 8,6 bilhões.
Com o aumento de capital, ela reduziu em R$ 2 bilhões.
Pólo
Além da nova unidade de Paulínia, a Braskem também está estudando uma participação no investimento de um novo complexo
petroquímico na fronteira com a
Bolívia. Seria um investimento binacional junto com a Petrobras, a
partir do aproveitamento do gás
da Bolívia. O total do investimento deve chegar a US$ 1,3 bilhão.
Além da Braskem, a Repsol também deve participar do projeto.
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