São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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REAÇÃO

Ações de empresas farmacêuticas, petrolíferas e bélicas são as que mais sobem; petróleo e câmbio, porém, têm reflexo negativo

Reeleição de Bush anima Bolsas nos EUA

DA REDAÇÃO

As Bolsas americanas reagiram bem à vitória do atual presidente dos EUA, George W. Bush, nas eleições do país. O petróleo, por outro lado, voltou a fechar acima de US$ 50, em razão da tendência de manutenção da política externa sobre o Oriente Médio.
Nas principais Bolsas dos Estados Unidos, os destaques foram as ações das empresas de setores beneficiados pelas políticas republicanas, como o farmacêutico, o bélico e o petrolífero.
A forte reação positiva levou as Bolsas a bater novos recordes durante o pregão de ontem. O S&P 500 atingiu o mais alto patamar desde abril; a Nasdaq, desde julho e o Dow Jones, o mais alto desde março deste ano.
O Dow Jones Industrial, principal índice norte-americano, encerrou em alta de 1,01%, aos 10.137 pontos. O Standard and Poor's 500 subiu 2,8%. A Bolsa de empresas de tecnologia Nasdaq teve alta de 0,98%.

Setores
A alta das ações das empresas de defesa, farmacêuticas e petrolíferas podem indicar a continuidade de políticas favoráveis pelo atual presidente a esses setores. As ações da farmacêutica Pfizer subiram mais de 2,6%, no Standard & Poor's 500. A Boeing, fabricante de jatos comerciais e militares, viu suas ações subirem também 2,6%, aos US$ 51,15, no Dow Jones.
Entre as empresas petrolíferas, o destaque foi a ação da Exxon Mobil, que subiu 1,6%, cotada a US$ 49,21. A expectativa de analistas do setor é que a atual administração seja mais complacente com as demandas das grandes empresas.

Petróleo
O preço do petróleo e o dólar foram os que mais sofreram com a vitória do presidente Bush. Apesar da divulgação de melhora nos estoques americanos de petróleo, os valores internacionais do produto subiram influenciados pela vitória do candidato republicano.
Os preços do produto vendido na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) fecharam ontem em US$ 50,88, novamente acima dos US$ 50. Em Londres, o barril do tipo Brent encerrou cotado a US$ 47,56 -US$ 1,10 acima do fechamento do dia anterior.
Segundo analistas, a eleição deve significar a manutenção dos problemas em países produtores como os do Oriente Médio. Uma segunda administração George W. Bush continuaria a não usar as reservas estratégicas para reduzir os preços do petróleo.
"A vitória de Bush será ótima para manter altos os preços do petróleo. Não apenas pela manutenção das reservas estratégicas mas também pelo seu possível crescimento", disse Phil Flynn, um analista da corretora Alaron Trading.
A pressão sobre países produtores incluídos no chamado "Eixo do Mal" também assustam. O caso mais preocupante é o do Irã, segundo maior produtor da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O câmbio voltou a cair ontem devido aos temores do mercado sobre os desequilíbrios financeiros dos Estados Unidos.
O euro se valorizou mais uma vez em relação ao dólar. A moeda européia encerrou cotada a US$ 1,28, contra os US$ 1,27 do fechamento do dia anterior.
Para analistas, a moeda americana, apesar de se livrar das incertezas que cercavam as eleições, ainda terá de enfrentar problemas como os pesados déficits fiscal e comercial.


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