Desde 12 de maio, Bovespa não encerrava pregão acima do patamar; saldo de estrangeiros em outubro é o 2º maior do ano

No ano, valorização acumulada é de 20,86%; investidor externo traz R$ 1,43 bi líquido para o mercado acionário no mês

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a encerrar seu pregão acima dos 40 mil pontos -o que não ocorria desde 12 de maio. Com valorização de 2,81% acumulada na semana, a Bovespa terminou o período aos 40.435 pontos.
A entrada mais acelerada de capital externo nas últimas semanas foi fundamental para que a Bolsa se aproximasse do de seu pico histórico, registrado no dia 9 de maio, quando fechou a 41.979 pontos.
Em outubro, o saldo das operações dos investidores estrangeiros na Bolsa paulista ficou positivo em R$ 1,43 bilhão -o segundo melhor resultado mensal deste ano.
Entre maio e agosto, a Bolsa paulista sofreu com a sangria de capital externo.
A pontuação da Bolsa sobe ou desce de acordo com a valorização (ou desvalorização) de seus principais papéis. Uma pontuação mais elevada significa que as ações listadas na Bolsa estão valendo mais.
Ontem, a Bovespa registrou alta de 1,27%. A valorização foi puxada pelas ações PN da Petrobras e PNA da Vale do Rio Doce, que, juntas, responderam por quase 22% de todas as operações realizadas.
A ação preferencial da Petrobras teve ganho de 1,76% ontem, e a PNA da Vale subiu 1,16%. Segundo profissionais do mercado, a participação dos estrangeiros ontem foi pesada na ponta de compra.
Ontem, a Bovespa subiu mesmo com o mercado acionário americano apresentando desempenho fraco. Dados do mercado de trabalho dos EUA, que criou vagas abaixo do esperado em outubro (leia à pág. B7), não conseguiram animar os investidores.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,27%. A Bolsa Nasdaq perdeu 0,14%.
Com a recuperação das últimas semanas, o Ibovespa (principal índice da Bolsa, que reúne as 56 ações mais líquidas) passou a acumular valorização de 20,86% no ano.

Semana de ganhos
As ações da Brasil Telecom foram as que registraram melhor desempenho na semana entre os papéis do Ibovespa. O resultado da empresa de telecomunicações no terceiro trimestre do ano surpreendeu positivamente e agradou aos investidores.
No topo das altas, ficou a ação ON (ordinária) da Brasil Telecom Participações, com valorização de 11,19%, seguida por Brasil Telecom PN (11,16%).
Dos papéis do Ibovespa, 49 terminaram a semana em alta. Entre os poucos que caíram, apareceram Itaú PN (-2,85%) e Embraer ON (-1,58%).
O Bradesco, que apresentará os seus resultados do terceiro trimestre na próxima segunda-feira, viu suas ações preferenciais recuarem 0,35% durante a semana. Mas neste mês o papel do maior banco privado do país registra alta de 1,31%.
O dólar oscilou pouco na semana e terminou ontem vendido a R$ 2,14, em baixa de 0,23%. Na semana, a moeda norte-americana teve ligeira alta de 0,14%.
Passada a eleição presidencial, o mercado especula agora com a possibilidade de trocas serem efetuadas na equipe econômica para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma eventual saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central tenderia a influenciar os juros futuros.
Por enquanto, os juros futuros de curto prazo pouco têm oscilado na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No contrato DI que vence no fim do ano, a taxa fechou ontem a 13,44%, contra 13,46% de uma semana antes.


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