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Economia européia está perto da estagnação, diz UE
Relatório da Comissão Européia divulgado ontem indica crescimento negativo de 0,1%
"A situação nos mercados é precária e a crise ainda não acabou; isso significa um crescimento mais fraco", diz comissário Joaquín Almunía
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A zona do euro já está em recessão técnica e vai ficar estagnada no próximo ano, afirmou
a Comissão Européia ontem,
pedindo uma ação coordenada
para reverter a desaceleração.
Confirmando as previsões
mais sombrias, o braço executivo da União Européia reconheceu que os países da zona do euro estão à beira de uma recessão -ou já mergulharam nela.
Depois de encolher 0,2% no
segundo trimestre do ano, o
conjunto das 15 economias deve sofrer nova retração no terceiro, o que marcará a primeira
recessão da zona do euro desde
a entrada em vigor da moeda
comum, em 1999.
O relatório da Comissão Européia divulgado ontem indica
crescimento negativo de 0,1%
no terceiro e quarto trimestres.
Ainda assim, a previsão para
2008 é expansão do Produto
Interno Bruto (PIB) de 1,4% na
UE e de 1,2% na zona do euro.
No próximo ano grande parte da Europa ficará entre a recessão e a estagnação, aponta o
estudo. Reino Unido, Irlanda,
Espanha, Estônia e Letônia enfrentarão recessão. Alemanha,
França, Itália, Eslovênia e Lituânia ficarão estagnadas. Na
Alemanha, maior economia da
Europa, a previsão de crescimento caiu de 1,5% para zero.
"A situação nos mercados é
precária e a crise ainda não acabou; isso significa um crescimento mais fraco, uma crise
que abala as perspectivas macroeconômicas de vários países", disse o comissário europeu para Assuntos Econômicos
e Monetários, Joaquín Almunía. "A recessão é um risco real
para alguns países, para a zona
do euro e para a União Européia".
Em relação as 27 países da
União Européia, o relatório
prevê um crescimento de apenas 0,2% em 2009. É uma revisão drástica em relação a previsões recentes, como a feita em
abril, quando a previsão era de
um crescimento de 1,8%.
Para a zona do euro, formada
pelos 15 países que adotaram a
moeda comum, a perspectiva é
ainda pior, com revisão da previsão de crescimento de 1,5%
para 0,1% no próximo ano.
De acordo com o relatório da
Comissão Européia, a situação
só vai melhorar em 2010, quando a economia da União Européia crescerá 1,1% e a da zona
do euro, 0,9%.
"Nós precisamos de uma
ação coordenada no nível da
União Européia para dar sustentação à economia de forma
similar ao que fizemos pelo setor financeiro", disse Almunía.
O relatório diz ainda que as
economias emergentes estão
resistindo melhor à crise que os
países ricos, mas previu dificuldades para todos. Para o Brasil,
a projeção da Comissão Européia é de um crescimento de
3,3% em 2009, principalmente
devido à queda na demanda nos
Estados Unidos e na China.
No México, prevê o relatório,
o impacto será ainda maior e o
país deve crescer apenas 0,8%
no próximo ano.
Com agências internacionais
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