São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Crise reduz os fundos de pensão em R$ 20 bi

Entidade aponta impacto da queda da Bovespa

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A queda das ações na Bolsa, em razão da crise financeira global, já desvalorizou o patrimônio dos fundos de pensão brasileiros em cerca de R$ 20 bilhões, segundo informação divulgada ontem, no Rio, pela Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar).
Por conta da crise, as fundações não atingirão a meta de rentabilidade anual de seus ativos prevista nos planos atuariais (variação do INPC mais 6% ao ano). De janeiro a agosto, a rentabilidade acumulada foi de apenas 2,5%, quando a meta era de 9,3%.
Só nos meses de setembro e outubro, houve uma desvalorização de cerca de R$ 16 bilhões no patrimônio total dos fundos. A maior parte dessa perda está na Previ (Caixa de Previdência do Banco do Brasil), que tem 60% de seu patrimônio total aplicado em ações.
Com um patrimônio total de R$ 130,78 bilhões no final de agosto, a Previ é o maior fundo de pensão do país. O presidente da instituição, Sérgio Rosa, disse que a desvalorização, em setembro, foi entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
A carteira total de investimentos das fundações somava R$ 444,25 bilhões em julho. No último boletim divulgado pela Abrapp, em agosto, o patrimônio já havia caído para R$ 440,52 bilhões, uma redução de R$ 3,73 bilhões. A estimativa é que o patrimônio atual esteja em cerca de R$ 424 bilhões.
O presidente da Abrapp diz que as fundações continuam saudáveis e com liquidez, porque o dinheiro que entra mensalmente no caixa (contribuições dos associados, dividendos de ações, retorno de empréstimos) é suficiente para cobrir os desembolsos, sem a necessidade de vender ativos.
As fundações são obrigadas pela legislação a atualizar mensalmente o valor da carteira de ações, com base nas cotações dos papéis na Bolsa. Elas argumentam que a desvalorização é só contábil, porque as ações continuam em suas carteiras e podem voltar a se valorizar.
""2008 será um ano bom para se esquecer", afirma o presidente da Abrapp, José de Souza Mendonça.
Por cinco vezes, nos últimos 13 anos, a rentabilidade dos fundos ficou aquém de sua meta atuarial.


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