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Crise reduz os fundos
de pensão em R$ 20 bi
Entidade aponta impacto da queda da Bovespa
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A queda das ações na Bolsa,
em razão da crise financeira
global, já desvalorizou o patrimônio dos fundos de pensão
brasileiros em cerca de R$ 20
bilhões, segundo informação
divulgada ontem, no Rio, pela
Abrapp (Associação Brasileira
das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar).
Por conta da crise, as fundações não atingirão a meta de
rentabilidade anual de seus ativos prevista nos planos atuariais (variação do INPC mais
6% ao ano). De janeiro a agosto,
a rentabilidade acumulada foi
de apenas 2,5%, quando a meta
era de 9,3%.
Só nos meses de setembro e
outubro, houve uma desvalorização de cerca de R$ 16 bilhões
no patrimônio total dos fundos.
A maior parte dessa perda está
na Previ (Caixa de Previdência
do Banco do Brasil), que tem
60% de seu patrimônio total
aplicado em ações.
Com um patrimônio total de
R$ 130,78 bilhões no final de
agosto, a Previ é o maior fundo
de pensão do país. O presidente
da instituição, Sérgio Rosa, disse que a desvalorização, em setembro, foi entre R$ 10 bilhões
e R$ 15 bilhões.
A carteira total de investimentos das fundações somava
R$ 444,25 bilhões em julho. No
último boletim divulgado pela
Abrapp, em agosto, o patrimônio já havia caído para R$
440,52 bilhões, uma redução de
R$ 3,73 bilhões. A estimativa é
que o patrimônio atual esteja
em cerca de R$ 424 bilhões.
O presidente da Abrapp diz
que as fundações continuam
saudáveis e com liquidez, porque o dinheiro que entra mensalmente no caixa (contribuições dos associados, dividendos de ações, retorno de empréstimos) é suficiente para cobrir os desembolsos, sem a necessidade de vender ativos.
As fundações são obrigadas
pela legislação a atualizar mensalmente o valor da carteira de
ações, com base nas cotações
dos papéis na Bolsa. Elas argumentam que a desvalorização é
só contábil, porque as ações
continuam em suas carteiras e
podem voltar a se valorizar.
""2008 será um ano bom para
se esquecer", afirma o presidente da Abrapp, José de Souza
Mendonça.
Por cinco vezes, nos últimos
13 anos, a rentabilidade dos
fundos ficou aquém de sua meta atuarial.
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