São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Câmbio forte anima compra e reduz venda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A valorização do real ante o dólar tem afetado os resultados da balança brasileira nos dois sentidos da corrente de comércio. Além de estimular as importações de bens de consumo e insumos industriais, impede que o país recupere mercados importantes, que sofreram forte retração na crise e agora começam a crescer.
"Nos EUA e na América Latina, tivemos quedas muito grandes e não estamos conseguindo retomar em boa parte por causa do câmbio", reconhece o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. E no momento, o maior adversário do país é justamente o parceiro comercial brasileiro: a China.
Enquanto o país asiático mantém um rígido controle sobre a cotação do yuan para manter a competitividade das exportações, o Brasil se esforça para tentar conter o avanço do real por meio de instrumentos como a taxação do capital estrangeiro. "Temos de tomar medidas mais imaginativas, mas sem comprometer a credibilidade da economia brasileira", diz Barral, que considerou uma medida insuficiente a cobrança de 2% de IOF sobre parte dos investimentos estrangeiros.
Para o vice-presidente a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, a margem de manobra do governo é pequena diante do problema. Segundo ele, além de medidas na área tributária, o apropriado seria realizar mudanças na política cambial.
"A moeda [brasileira] se valorizou tanto que não bastam apenas medidas inventivas. A estratégia também tem de mudar; o Banco Central não pode continuar a reboque do mercado", diz Castro.


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