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Eletrobrás injeta R$ 11 bi em subsidiárias do grupo
Troca de dívida por ações ajuda a sanear contas de empresas como Furnas, Chesf e Eletrosul
Estatal recebeu de Lula missão de se transformar
em uma "Petrobras do setor elétrico", mas resta pendência de R$ 9 bi com acionistas
DA SUCURSAL DO RIO
A Eletrobrás aprovou a extinção de R$ 8,2 bilhões em dívidas que nove subsidiárias tinham com a estatal e, em troca,
receberá novas ações dessas
empresas. Assim, o débito sai
do balanço financeiro das subsidiárias, que passam a ter o capital social ampliado na mesma
proporção das dívidas extintas.
A estatal aproveitou para
concluir o aporte de outros R$
2,9 bilhões já previstos anteriormente em oito subsidiárias
(seis delas também participaram da operação de redução de
dívida). Esse dinheiro entrará
no caixa das empresas, mediante outro aumento de capital. A
Eletrobrás é dona de 100% das
ações dessas subsidiárias.
Na operação de transformação de dívida em ações, foram
beneficiadas as geradoras e
transmissoras Eletronorte,
Chesf e CGTEE (que levaram
R$ 6,6 bilhões), além de seis
distribuidoras regionais de
energia. O aporte de capital beneficiou as geradoras Eletrosul,
Chesf e Furnas, além de outras
cinco distribuidoras.
Há um mês, quando anunciou que a transformação de dívida em ações estava em estudo, o presidente da Eletrobrás,
José Antônio Muniz, disse que
a operação não traria prejuízos.
Segundo ele, em vez de juros
que recebia pelos empréstimos,
a Eletrobrás passaria a receber
dividendos, porque, sem a pesada dívida, o lucro das empresas deve ser maior. Muniz costuma dizer que, ao ser nomeado, há um ano e meio, recebeu
do presidente Lula a incumbência de transformar a Eletrobrás em uma Petrobras do setor elétrico em termos de investimento e relevância.
No comunicado ao mercado,
a Eletrobrás afirmou que as
operações estão no plano da
empresa de melhorar suas regras de gestão. Nesse sentido, a
existência de dívidas das subsidiárias com a estatal não costuma ser bem vista pelo mercado.
Resolvida a dívida, outra
pendência é o pagamento de R$
9 bilhões em dividendos que a
estatal reteve de acionistas desde os anos 70. Muniz já declarou que pretende quitar o débito, mas reconheceu que ainda
não sabe como pagará a dívida.
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