São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Eletrobrás injeta R$ 11 bi em subsidiárias do grupo

Troca de dívida por ações ajuda a sanear contas de empresas como Furnas, Chesf e Eletrosul

Estatal recebeu de Lula missão de se transformar em uma "Petrobras do setor elétrico", mas resta pendência de R$ 9 bi com acionistas

DA SUCURSAL DO RIO

A Eletrobrás aprovou a extinção de R$ 8,2 bilhões em dívidas que nove subsidiárias tinham com a estatal e, em troca, receberá novas ações dessas empresas. Assim, o débito sai do balanço financeiro das subsidiárias, que passam a ter o capital social ampliado na mesma proporção das dívidas extintas.
A estatal aproveitou para concluir o aporte de outros R$ 2,9 bilhões já previstos anteriormente em oito subsidiárias (seis delas também participaram da operação de redução de dívida). Esse dinheiro entrará no caixa das empresas, mediante outro aumento de capital. A Eletrobrás é dona de 100% das ações dessas subsidiárias.
Na operação de transformação de dívida em ações, foram beneficiadas as geradoras e transmissoras Eletronorte, Chesf e CGTEE (que levaram R$ 6,6 bilhões), além de seis distribuidoras regionais de energia. O aporte de capital beneficiou as geradoras Eletrosul, Chesf e Furnas, além de outras cinco distribuidoras.
Há um mês, quando anunciou que a transformação de dívida em ações estava em estudo, o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, disse que a operação não traria prejuízos.
Segundo ele, em vez de juros que recebia pelos empréstimos, a Eletrobrás passaria a receber dividendos, porque, sem a pesada dívida, o lucro das empresas deve ser maior. Muniz costuma dizer que, ao ser nomeado, há um ano e meio, recebeu do presidente Lula a incumbência de transformar a Eletrobrás em uma Petrobras do setor elétrico em termos de investimento e relevância.
No comunicado ao mercado, a Eletrobrás afirmou que as operações estão no plano da empresa de melhorar suas regras de gestão. Nesse sentido, a existência de dívidas das subsidiárias com a estatal não costuma ser bem vista pelo mercado.
Resolvida a dívida, outra pendência é o pagamento de R$ 9 bilhões em dividendos que a estatal reteve de acionistas desde os anos 70. Muniz já declarou que pretende quitar o débito, mas reconheceu que ainda não sabe como pagará a dívida.


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