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São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

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Consumidor vai pagar pelo reajuste da Cofins

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento de custos que setores como os de alimentos e de construção civil terão com a elevação da alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) em 2004 deverá ser repassado para o consumidor, caso não sejam feitas alterações na proposta do governo.
Segundo a medida provisória nº 135, a partir de 1º de fevereiro de 2004 a alíquota da Cofins sobe de 3% para 7,6% sobre o faturamento das empresas. A cobrança deixa de ser cumulativa.
"A gente já vem de um ano difícil, de desemprego elevado, de carga [tributária] alta, e se você ainda aumenta os impostos e a empresa não pode absorver, isso vai para o consumidor", disse o presidente da Nestlé, Ivan Zurita. Segundo ele, o aumento do custo com a alta da Cofins para o setor de alimentos é de cerca de 3,5%.
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, disse que o custo dos produtos finais da construção aumentará 2,3%.
Ele também destacou problemas que a MP nº 135, que está em discussão na Câmara dos Deputados, gera em relação a contratos em andamento.
"Para imóveis já vendidos, os recebíveis [valores a serem recebidos] a partir de fevereiro serão taxados sem nenhuma possibilidade de crédito. Isso é um rompimento, é uma mudança em cima de um contrato já assinado", disse Simão.
Zurita e Simão saíram insatisfeitos ontem de encontro que reuniu cerca de 20 empresários, alguns deles membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com o secretário da Receita, Jorge Rachid, e o secretario-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Arno Augustin.
Para Zurita, "a conclusão da reunião não foi nada animadora porque não se decidiu nada e o que se falou já era conhecido". O presidente da CBIC também deu sinais de descontentamento: "Não houve perspectiva de mudança de nada".
Cada empresário apresentou o impacto da MP sobre seu setor. Além de construção civil e alimentos, estavam representados os setores automotivo, gráfico, de informática, têxtil, financeiro, de consórcios e de micro e pequenas empresas, entre outros. Uma nova reunião dos empresários com o governo deve acontecer amanhã ou na próxima segunda-feira.


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