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Consumidor vai pagar pelo reajuste da Cofins
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento de custos que setores como os de alimentos e de
construção civil terão com a elevação da alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social) em 2004 deverá ser repassado para o consumidor, caso não sejam feitas alterações na proposta do governo.
Segundo a medida provisória nº
135, a partir de 1º de fevereiro de
2004 a alíquota da Cofins sobe de
3% para 7,6% sobre o faturamento das empresas. A cobrança deixa de ser cumulativa.
"A gente já vem de um ano difícil, de desemprego elevado, de
carga [tributária] alta, e se você
ainda aumenta os impostos e a
empresa não pode absorver, isso
vai para o consumidor", disse o
presidente da Nestlé, Ivan Zurita.
Segundo ele, o aumento do custo
com a alta da Cofins para o setor
de alimentos é de cerca de 3,5%.
O presidente da CBIC (Câmara
Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, disse que o custo dos produtos finais
da construção aumentará 2,3%.
Ele também destacou problemas que a MP nº 135, que está em
discussão na Câmara dos Deputados, gera em relação a contratos
em andamento.
"Para imóveis já vendidos, os
recebíveis [valores a serem recebidos] a partir de fevereiro serão taxados sem nenhuma possibilidade de crédito. Isso é um rompimento, é uma mudança em cima
de um contrato já assinado", disse
Simão.
Zurita e Simão saíram insatisfeitos ontem de encontro que reuniu
cerca de 20 empresários, alguns
deles membros do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social, com o secretário da Receita, Jorge Rachid, e o secretario-executivo-adjunto do Ministério
da Fazenda, Arno Augustin.
Para Zurita, "a conclusão da
reunião não foi nada animadora
porque não se decidiu nada e o
que se falou já era conhecido". O
presidente da CBIC também deu
sinais de descontentamento:
"Não houve perspectiva de mudança de nada".
Cada empresário apresentou o
impacto da MP sobre seu setor.
Além de construção civil e alimentos, estavam representados
os setores automotivo, gráfico, de
informática, têxtil, financeiro, de
consórcios e de micro e pequenas
empresas, entre outros. Uma nova reunião dos empresários com
o governo deve acontecer amanhã ou na próxima segunda-feira.
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