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Empresas pedem mudança na MP
SÍLVIA MUGNATTO
PATRICIA COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo de empresários,
membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,
pediu ontem ao Ministério da Fazenda mudanças na medida provisória da Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social) que reduzam o impacto do aumento da alíquota sobre alguns setores.
Sem essas mudanças, os empresários ameaçam aumentar preços
e sinalizam para a inviabilidade
de alguns negócios. O aumento da
alíquota da Cofins entra em vigor
a partir de 1º de fevereiro de 2004.
O relator da MP na Câmara dos
Deputados, deputado Jamil Murad (PC do B-SP), esteve na reunião e disse que o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, se
mostrou "simpático" à idéia de
criar uma "válvula de escape". A
assessoria de Rachid não falou sobre o encontro.
O dispositivo abriria a possibilidade de negociação de créditos
para setores prejudicados com o
aumento da alíquota, que vai passar de 3% para 7,6% sobre o faturamento, sem a necessidade de
nova lei.
"Nós temos de ser sensíveis ao
reclamo do empresariado, da sociedade. Para isso é que nós exercemos uma função pública. Não
dá para ouvir e depois continuar
na mesma", afirmou o relator,
que considerou a negociação de
créditos um mecanismo "inteligente".
Murad disse que continua tentando negociar que algumas áreas
do setor de serviços (como educação e saúde) sejam excluídas das
novas regras.
A MP da Cofins, editada no final
de outubro, estabelece que a contribuição deixará de ser cumulativa (incidência em todas as fases
da produção) a partir de fevereiro, mas, em compensação, sua alíquota aumenta 153,3%. A votação
da MP na Câmara deve acontecer
na terça-feira.
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil),
Paulo Skaf, disse que existem problemas pontuais como o aumento
efetivo da carga tributária das empresas muito verticalizadas -que
concentram o processo produtivo, evitando a terceirização.
Essas empresas não sofriam os
efeitos da cumulatividade e agora
terão aumento efetivo da contribuição. "Essas empresas poderiam ter a opção de abater da Cofins os custos com a depreciação
de equipamentos", disse Skaf.
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