São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

PREÇOS BAIXOS
"Os tempos de preços baixos dos produtos agrícolas provavelmente acabaram." A frase é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que destacou ontem, em SP, o aumento da importância do Brasil no cenário externo. Os principais países exportadores têm taxas de crescimento estáveis, como os EUA (0,5%), enquanto o Brasil consegue 16% ao ano.

ZONEAMENTO
A partir de junho de 2008, o Brasil terá zoneamento da cana-de-açúcar, segundo Stephanes. Um conjunto de mapas vai indicar as principais áreas agroclimáticas especiais para o produto; outro, onde não se poderá plantar; e um terceiro, onde o governo recomenda o plantio -nas áreas degradadas recuperadas, por exemplo.

BIODIESEL
Em uma análise pessoal sobre o setor de biodiesel, Stephanes diz que o mercado vai passar por um período de ajuste. "Houve uma certa euforia e algumas precipitações de alguns empresários".

ESTRANGULAMENTO
A agricultura passa por um estrangulamento, na avaliação do ministro. "Apenas quatro ou cinco empresas fornecem insumos no Brasil e no mundo." E essas mesmas empresas são responsáveis pela compra da produção. O esquema tem de ser rompido, segundo ele.

COMO ROMPER
O governo montou um grupo de inteligência para fazer, a médio e longo prazos, propostas para romper essa situação.

AINDA NÃO PREOCUPA
O novo boom de investimentos hoje é na bioenergia, inclusive com aumento de participação externa. Por ora, o ministro não vê a repetição, nesse setor, do que ocorreu com o de grãos. "Mas estamos de olho, inclusive em quem compra terras. Até agora, tudo normal."

EM ALTA
Demanda na Ásia e oferta menor podem elevar em 50% os preços das commodities em 2008, segundo informações da corretora Schroders Plc., à Bloomberg. O equilíbrio entre oferta e demanda está muito apertado, avalia a corretora.

ALTA NO CAMPO
A saca de feijão, que já atingiu R$ 280 no mercado atacadista de São Paulo, segundo o IEA, continua subindo no campo. Ontem, a Safras & Mercado indicava R$ 230 para as regiões paulistas de Avaré e Barretos. Pesquisa da Folha mostrou R$ 260 no norte do Estado.

AFETA O CONSUMO
A alta do feijão, que poderá bater em R$ 300 por saca nos próximos dias, deve segurar o consumo. A evolução dos preços ocorre porque há redução da oferta, devido à safra menor e ao atraso na produção.


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