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Para crescer, aviários pagam por milho mais caro no PR
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA
Os criadores de frango do Paraná anunciaram que estão dispostos a pagar um preço acima
da cotação do milho plantado
no Estado. O objetivo é assegurar comida para seus aviários,
que projetam crescimentos recordes para 2007 e o ano que
vem. Os empresários dizem estar preocupados com a escassez
de milho no mercado interno
por causa do boom registrado
pelas exportações da commodity neste ano.
A intenção dos avicultores é
negociar o pagamento de R$ 1 a
mais pela saca de 60 kg, cotada
hoje na região de Maringá, no
noroeste do Paraná, a R$ 29. A
elevação no preço passaria a valer a partir da colheita da próxima safra, prevista para março.
"Trata-se de um incentivo
aos agricultores. Assim, eles
nos garantem um produto específico e a gente ajuda a estabelecer um preço melhor para a
mercadoria deles", afirmou
Domingos Martins, presidente
do Sindiavipar (Sindicato das
Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná).
De acordo com o presidente
do Sindiavipar, pelo menos
50% da produção paranaense
de milho teria que ser destinada exclusivamente para os aviários. Mais ração significa manter a expansão do setor no Paraná, o principal produtor de
frango de corte do país e um dos
dois maiores exportadores da
ave, ao lado de Santa Catarina.
A projeção para 2008 é de
crescimento de 15% nas exportações sobre o que já foi comercializado neste ano.
Entre janeiro e outubro de
2007, foram despachadas para
o exterior 699 mil toneladas de
frango. Em comparação ao
mesmo período de 2006, o
crescimento foi de 13%.
Caso as negociações com os
produtores de milho fracassem, os criadores de frango decidiram adotar outra saída: importar milho do Paraguai e da
Argentina. Já foram feitos contatos com representantes dos
dois países.
Se o problema persistir, os
dirigentes das entidades que
reúnem avicultores dos Estados do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de
São Paulo e de Minas Gerais
também concordam em reduzir a produção em 30%.
"É melhor reduzir a produtividade e ter um lucro menor do
que enfrentar a incerteza de
que não vai haver milho suficiente no mercado", afirmou
Martins.
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