São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Para crescer, aviários pagam por milho mais caro no PR

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA

Os criadores de frango do Paraná anunciaram que estão dispostos a pagar um preço acima da cotação do milho plantado no Estado. O objetivo é assegurar comida para seus aviários, que projetam crescimentos recordes para 2007 e o ano que vem. Os empresários dizem estar preocupados com a escassez de milho no mercado interno por causa do boom registrado pelas exportações da commodity neste ano.
A intenção dos avicultores é negociar o pagamento de R$ 1 a mais pela saca de 60 kg, cotada hoje na região de Maringá, no noroeste do Paraná, a R$ 29. A elevação no preço passaria a valer a partir da colheita da próxima safra, prevista para março.
"Trata-se de um incentivo aos agricultores. Assim, eles nos garantem um produto específico e a gente ajuda a estabelecer um preço melhor para a mercadoria deles", afirmou Domingos Martins, presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná).
De acordo com o presidente do Sindiavipar, pelo menos 50% da produção paranaense de milho teria que ser destinada exclusivamente para os aviários. Mais ração significa manter a expansão do setor no Paraná, o principal produtor de frango de corte do país e um dos dois maiores exportadores da ave, ao lado de Santa Catarina.
A projeção para 2008 é de crescimento de 15% nas exportações sobre o que já foi comercializado neste ano.
Entre janeiro e outubro de 2007, foram despachadas para o exterior 699 mil toneladas de frango. Em comparação ao mesmo período de 2006, o crescimento foi de 13%.
Caso as negociações com os produtores de milho fracassem, os criadores de frango decidiram adotar outra saída: importar milho do Paraguai e da Argentina. Já foram feitos contatos com representantes dos dois países.
Se o problema persistir, os dirigentes das entidades que reúnem avicultores dos Estados do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e de Minas Gerais também concordam em reduzir a produção em 30%.
"É melhor reduzir a produtividade e ter um lucro menor do que enfrentar a incerteza de que não vai haver milho suficiente no mercado", afirmou Martins.


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