São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Brasil restabelece venda de frangos para a China

Exportação estava suspensa desde junho de 2006

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

"Enfim uma boa notícia." Essa foi a reação do presidente-executivo da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos), Francisco Turra, ao avaliar a reabertura do mercado chinês para a carne de frango "in natura" brasileira.
As licenças de importações de frango brasileiro na China haviam sido encerradas em junho de 2006. A partir de agora, o governo chinês pode dar novas licenças e estão habilitados 24 frigoríficos, localizadas em oito Estados, segundo o Ministério da Agricultura.
"Essa reabertura vem em boa hora para recompor a retração nas exportações para outros mercados", disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Além disso, a presença no mercado chinês vai melhor ainda mais as perspectivas também com a Rússia, avalia.
A reabertura foi negociada, na China, por uma missão brasileira do Ministério da Agricultura. As negociações incluíram também a abertura das exportações de carne suína, mas, ao contrário da de frango, a de porco ainda não está liberada.
Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), espera que esse acordo ocorra rapidamente também no setor de suínos. Os chineses já fizeram uma visita de campo e falta apenas a vistoria dos frigoríficos que seriam habilitados a exportar. Na avaliação de Camargo Neto, os chineses podem aceitar a relação de indústrias proposta pelo próprio Ministério da Agricultura, o que encurtaria o processo.

É bom, mas ainda é cedo
O mercado comemora a abertura do mercado chinês, mas diz que ainda é cedo para estimativas. "Só sei que é muito bom", diz Turra, da Abef.
Já José Vicente Ferraz, da AgraFNP, afirma que o mercado chinês, o principal do mundo, "representa uma perspectiva muito boa para o Brasil" e deverá se concretizar ainda mais a médio prazo. A China deve continuar crescendo e elevando o poder de consumo interno. Com essa elevação, os chineses vão ficar dependentes do mercado externo, como já ocorre com outros produtos alimentícios, diz Ferraz.
Ariel Antonio Mendes, presidente da UBA (União Brasileira de Avicultura), diz que a reabertura da China é importante até para uma diversificação ainda maior do mercado de exportações. Venezuela e Rússia já reduziram as importações, o Japão está com estoques elevados e a queda do petróleo pode afetar também as compras de países do Oriente Médio.
A euforia de Turra se justifica porque a avicultura, como vários outros setores no Brasil, vive de más notícias nas últimas semanas. No caso específico da avicultura, as exportações caíram drasticamente em novembro, para 220 mil toneladas, fazendo o setor reavaliar o volume a ser exportado neste ano. Em novembro de 2007, foram exportadas 299 mil toneladas.
Além disso, o setor está sendo duramente afetado pela interrupção das atividades no porto de Itajaí (SC), devido às chuvas. Pelo menos 40% das vendas externas brasileiras de aves saem por Itajaí. Pior ainda para os exportadores de suínos, cujo percentual é de 55%.


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