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Brasil restabelece venda
de frangos para a China
Exportação estava suspensa desde junho de 2006
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
"Enfim uma boa notícia." Essa foi a reação do presidente-executivo da Abef (Associação
Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos), Francisco Turra, ao avaliar a reabertura do mercado chinês para a
carne de frango "in natura"
brasileira.
As licenças de importações
de frango brasileiro na China
haviam sido encerradas em junho de 2006. A partir de agora,
o governo chinês pode dar novas licenças e estão habilitados
24 frigoríficos, localizadas em
oito Estados, segundo o Ministério da Agricultura.
"Essa reabertura vem em boa
hora para recompor a retração
nas exportações para outros
mercados", disse o ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes. Além disso, a presença no
mercado chinês vai melhor ainda mais as perspectivas também com a Rússia, avalia.
A reabertura foi negociada,
na China, por uma missão brasileira do Ministério da Agricultura. As negociações incluíram também a abertura das exportações de carne suína, mas,
ao contrário da de frango, a de
porco ainda não está liberada.
Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação
Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne
Suína), espera que esse acordo
ocorra rapidamente também
no setor de suínos. Os chineses
já fizeram uma visita de campo
e falta apenas a vistoria dos frigoríficos que seriam habilitados a exportar. Na avaliação de
Camargo Neto, os chineses podem aceitar a relação de indústrias proposta pelo próprio Ministério da Agricultura, o que
encurtaria o processo.
É bom, mas ainda é cedo
O mercado comemora a
abertura do mercado chinês,
mas diz que ainda é cedo para
estimativas. "Só sei que é muito
bom", diz Turra, da Abef.
Já José Vicente Ferraz, da
AgraFNP, afirma que o mercado chinês, o principal do mundo, "representa uma perspectiva muito boa para o Brasil" e
deverá se concretizar ainda
mais a médio prazo. A China
deve continuar crescendo e elevando o poder de consumo interno. Com essa elevação, os
chineses vão ficar dependentes
do mercado externo, como já
ocorre com outros produtos
alimentícios, diz Ferraz.
Ariel Antonio Mendes, presidente da UBA (União Brasileira
de Avicultura), diz que a reabertura da China é importante
até para uma diversificação
ainda maior do mercado de exportações. Venezuela e Rússia
já reduziram as importações, o
Japão está com estoques elevados e a queda do petróleo pode
afetar também as compras de
países do Oriente Médio.
A euforia de Turra se justifica
porque a avicultura, como vários outros setores no Brasil, vive de más notícias nas últimas
semanas. No caso específico da
avicultura, as exportações caíram drasticamente em novembro, para 220 mil toneladas, fazendo o setor reavaliar o volume a ser exportado neste ano.
Em novembro de 2007, foram
exportadas 299 mil toneladas.
Além disso, o setor está sendo duramente afetado pela interrupção das atividades no
porto de Itajaí (SC), devido às
chuvas. Pelo menos 40% das
vendas externas brasileiras de
aves saem por Itajaí. Pior ainda
para os exportadores de suínos,
cujo percentual é de 55%.
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