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Crise poupa só 8% das ações de índice global
No ano passado, 80% das 1.693 ações do MSCI World, que acompanha 23 Bolsas de países desenvolvidos, perderam valor
Empresas alvo de fusões e do setor de varejo de preços populares se saíram melhor;
só Wal-Mart e McDonald's tiveram altas no Dow Jones
DA BLOOMBERG
Cervejarias e produtoras do
setor de tabaco impulsionadas
por aquisições, ao lado de varejistas de preços populares, foram praticamente as únicas
empresas a registrarem alta
nas Bolsas no ano passado -o
pior período do mercado de capitais desde a Grande Depressão iniciada em 1929.
Os papéis da Anheuser-Busch deram um salto de 31%
depois que a InBev concordou
em adquirir a empresa, dona da
marca Budweiser, para criar a
maior cervejaria do mundo. Os
papéis da UST dispararam 27%
depois que o Altria Group se
ofereceu para comprar a empresa, produtora de rapé e charutos. A Fast Retailing, operadora das lojas de confecções a
preços populares no Japão, disparou 63%. O Wal-Mart, a
maior rede de varejo do mundo, e o McDonald's foram as
duas empresas do índice Dow
Jones, formado por 30 ações,
que subiram.
Apenas 8% das 1.693 ações do
índice MSCI World de 23 Bolsas de países desenvolvidos
contrariaram a turbulência que
atingiu todas as demais no ano
passado, quando as maiores
empresas financeiras mundiais
computaram mais de US$ 1 trilhão em prejuízos com empréstimos e baixas contábeis e geraram a primeira recessão simultânea de Estados Unidos, Europa e Japão desde a Segunda
Guerra Mundial. Os papéis de
cerca de 80% das empresas que
comercializam produtos básicos de consumo -categoria que
inclui cervejarias e redes de varejo- registraram perdas.
"Houve pouquíssimas ações
nas quais se pudesse manter
posição comprada e mantê-la",
afirma John Wilson, codiretor
de estratégia em ações do Morgan Keegan, que administra
US$ 120 bilhões no Estado norte-americano do Tennessee.
"Mesmo as ações classicamente defensivas não cumpriram
seu papel."
Mais de US$ 30 trilhões foram ceifados das Bolsas mundiais em 2008. O índice Standard & Poor's 500 baixou 38%
-a maior queda desde 1937.
Baixas mundiais
A Tunísia foi o único mercado que subiu entre os 69 monitorados pelos índices do MSCI.
Ao todo, 28 índices referenciais nacionais perderam mais
de metade de seu valor, capitaneados pelo Micex, da Rússia,
que despencou 67%. O CSI 300,
da China, teve recuo de 66%, e o
Sensex, da Índia, declinou 52%.
O Índice FTSE 100 britânico,
com retração de 31%, foi o que
computou a menor queda entre
os indicadores referenciais de
20 mercados mundiais.
O MSCI World Consumer
Staples caiu 25%, mesmo com
as altas da Anheuser-Busch, da
UST e das varejistas populares.
As ações da Anheuser-Busch
subiram dos US$ 52,34 do final
de 2007 para US$ 68,58 depois
de ser adquirida pela InBev. As
da norte-americana UST fecharam no nível recorde de US$
69,38 em 31 de dezembro do
ano passado, impulsionadas
pela oferta de compra da Altria.
As ações de lojas com preços
populares subiram devido a especulações de que os consumidores vão procurar preços mais
baixos com a desaceleração das
economias em todo o mundo. A
Fast Retailing, sediada no Japão, informou que suas vendas
nas lojas Uniqlo abertas há pelo
menos 12 meses tiveram salto
recorde de 32% em novembro.
As vendas das lojas do Wal-Mart abertas há pelo menos 12
meses subiram 3,4% em novembro e possivelmente 3% em
dezembro, segundo a empresa.
O McDonald's, a maior cadeia de restaurantes do mundo,
informou que suas vendas
mundiais tiveram expansão de
7,7% em novembro, com a promoção de lanches a US$ 1.
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