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MERCADO FINANCEIRO
Evasão de divisas é de US$ 153 milhões
da Reportagem Local
O Brasil teve nova evasão de divisas ontem, mas de volume pouco preocupante, segundo especialistas. Até as 19h30, o fluxo cambial estava negativo em US$ 97 milhões pelo mercado de dólar comercial e financeiro e em mais
US$ 56 milhões pelo flutuante, um
segmento do turismo.
O mercado de câmbio funciona
até as 21h30, mas os investidores
não acreditavam em volume muito superior aos US$ 153 milhões
registrados às 19h30.
Segundo especialista, depois da
forte evasão de dólares em dezembro, de US$ 5,25 bilhões, o fluxo
negativo em janeiro deve ser menor. O mercado trabalha com números entre US$ 2 bilhões e US$
2,5 bilhões. Só de eurobônus, papéis lançados por empresas no
mercado externo, vencem cerca
de US$ 600 milhões em janeiro.
No ano passado, o fluxo cambial
foi negativo em US$ 14,89 bilhões.
As reservas cambiais, o caixa em
moeda forte do país, iniciam o ano
em US$ 35 bilhões, segundo estima o mercado. O Banco Central
fala em US$ 38 bilhões.
Com o fraco saldo cambial negativo ontem, o dólar perdeu força
contra o real. Nos mercados futuros, as projeções de desvalorização cambial para janeiro (contratos com vencimento em fevereiro)
caíram de 1,28% na quarta-feira
passada para 1,17% ontem.
Para Nicolas Balafas, do BNP Asset Management, o governo não
vai precisar desvalorizar o real
contra o dólar mais do que os
7,5% ou 8% previstos em 99.
Se o Congresso aprovar as medidas do ajuste fiscal, acredita, o país
conseguirá fechar suas contas externa e interna com a ajuda dos
US$ 41,5 bilhões do FMI e países
ricos. Se não aprovar, diz Balafas,
uma desvalorização maior será
inevitável. "Vamos ficar ao sabor
do humor dos parlamentares, na
dança do Congresso", afirma.
"Ninguém espera uma saída de
dólares muito forte neste mês. O
mercado está otimista, apostando
que o Congresso vai votar a favor
da CPMF e do aumento da contribuição dos funcionários públicos
federais à Previdência", diz o especialista Manuel Maceira.
Por isso, Maceira acredita que a
Bolsa de São Paulo pode ter desempenho positivo em janeiro.
"Há vantagens comparativas: sobre os ganhos com ações não recai
o IOF de 0,38% aplicado nas operações de renda fixa", diz Maceira.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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