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Copesul acirra a disputa pelo controle acionário da Copene
da Sucursal do Rio
A Copesul (Companhia Petroquímica do Sul) decidiu entrar na
disputa para a compra do controle acionário da Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste) e
já enviou carta de intenções ao
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), espécie de coordenador informal do processo de reestruturação do setor.
A entrada da Copesul acirra ainda mais a disputa pelo controle da
empresa baiana, maior central de
matérias-primas petroquímicas
do Brasil, que vinha sendo travada entre o grupo paulista Ultra e
empresas internacionais do setor.
O grupo Ultra já obteve um compromisso de associação do
BNDES ao seu projeto.
O governo brasileiro não esconde seu desgosto com a possibilidade de o setor petroquímico,
criado com majoritária presença
estatal na década de 70, passar ao
controle do capital estrangeiro.
O argumento é que as grandes
empresas internacionais do setor,
como Dow, Union Carbide (as
duas em processo de fusão), Basf
e outras, tendem a crescer de maneira dominante, sufocando a
concorrência.
Mudança de desenho
Mas a chegada da Copesul
-controlada pelos grupos Ipiranga e Odebrecht- à disputa
contraria o desenho traçado pelo
próprio BNDES para o setor petroquímico no Brasil.
O banco deseja a formação de
três grandes grupos, materializados nos três pólos da indústria do
país -das regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
Por esse desenho, a Odebrecht
ficaria no controle apenas da Copesul e das indústrias de segunda
geração (elaboram a matéria-prima da central petroquímica) do
pólo localizado em Triunfo (RS),
abrindo mão da sua presença na
Copene, que se dá por meio da
empresa Triken.
A Triken é uma das controladoras da Norquisa (Nordeste Química S/A), a holding que controla
a Copene.
Além do grupo Odebrecht, os
principais donos da Copene são
os grupos Mariani (Petroquímica
da Bahia) e Econômico.
A participação do extinto banco
Econômico se dá por meio da holding Conepar, que vem sendo administrada pelo BC (Banco Central) desde a quebra do Econômico. O ex-proprietário do banco
Econômico, Ângelo Calmon de
Sá, vem tentando recuperar o
controle das empresas não-financeiras do grupo.
Odebrecht
A entrada da Copesul na disputa pela Copene seria uma iniciativa do grupo Ipiranga, mas há no
governo a suspeita de que haja
também na investida o interesse
da Odebrecht em dar a volta por
cima.
A Odebrecht nunca escondeu
seu desejo de permanecer no controle da petroquímica baiana e resiste ao projeto do BNDES de segmentação do setor por pólo.
Chances remotas
A Folha apurou que são remotas as chances de o banco estatal
apoiar financeiramente um projeto de compra da Copene por
uma controlada do Odebrecht,
grupo que acumula dívidas superiores a R$ 1 bilhão.
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