São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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ENCONTRO
Consenso é manter reformas sugeridas pelo Fundo
FMI dita otimismo da AL em Cancún

MALU GASPAR
enviada especial a Cancún

O tom era de alívio entre os 20 ministros da Fazenda e representantes de organismos internacionais que se reuniram na última quinta-feira em Cancún, no México, para avaliar a situação e as perspectivas econômicas dos países das Américas.
A avaliação comum é que, se continuarem as reformas econômicas e estruturais ditadas pela cartilha do FMI (Fundo Monetário Internacional), como o equilíbrio fiscal e o saneamento dos sistemas financeiro e bancário, a tendência é de crescimento.
O próprio diretor-gerente do Fundo, Michel Camdessus, disse que o órgão já reviu a taxa de 3% de crescimento projetada no ano passado para a região e espera agora uma expansão de 4% no PIB desses países.
O discurso otimista contrasta com a situação em que os ministros enfrentavam no último encontro, realizado em Santiago, no Chile, no final de 1997, em meio aos efeitos das crises nos mercados financeiros mundiais.
Alguns ministros da Fazenda, como o chileno Manuel Marfan, se arriscam a dizer que o pior já passou e que as economias americanas estão menos vulneráveis.
Com a ausência de Equador e Venezuela na reunião, ficou mais fácil fazer esse discurso. A Venezuela tem a segunda taxa mais alta de inflação do continente -20% ao ano- e o maior déficit em conta corrente. Já o Equador dolarizou sua economia como tentativa de por fim a uma crise de crédito bancário e à maior inflação do continente (53% ao ano).
Camdessus afirmou que a dolarização não deve ser opção para a maior parte dos países.
Também partiu do Fundo o discurso mais cauteloso em relação ao otimismo com as perspectivas para o futuro econômico do continente. Segundo o sub-diretor-gerente, Eduardo Aninat, o crescimento da região depende de um desaquecimento lento da economia norte-americana.
A análise está baseada no temor de que uma economia superaquecida nos EUA concentre os investimentos do mercado norte-americano e externos, prejudicando a recuperação econômica não só da América Latina como também de economias européias.


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