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ENCONTRO
Consenso é manter reformas sugeridas pelo Fundo
FMI dita otimismo da AL em Cancún
MALU GASPAR
enviada especial a Cancún
O tom era de alívio entre os 20
ministros da Fazenda e representantes de organismos internacionais que se reuniram na última
quinta-feira em Cancún, no México, para avaliar a situação e as
perspectivas econômicas dos países das Américas.
A avaliação comum é que, se
continuarem as reformas econômicas e estruturais ditadas pela
cartilha do FMI (Fundo Monetário Internacional), como o equilíbrio fiscal e o saneamento dos sistemas financeiro e bancário, a
tendência é de crescimento.
O próprio diretor-gerente do
Fundo, Michel Camdessus, disse
que o órgão já reviu a taxa de 3%
de crescimento projetada no ano
passado para a região e espera
agora uma expansão de 4% no
PIB desses países.
O discurso otimista contrasta
com a situação em que os ministros enfrentavam no último encontro, realizado em Santiago, no
Chile, no final de 1997, em meio
aos efeitos das crises nos mercados financeiros mundiais.
Alguns ministros da Fazenda,
como o chileno Manuel Marfan,
se arriscam a dizer que o pior já
passou e que as economias americanas estão menos vulneráveis.
Com a ausência de Equador e
Venezuela na reunião, ficou mais
fácil fazer esse discurso. A Venezuela tem a segunda taxa mais alta
de inflação do continente -20%
ao ano- e o maior déficit em
conta corrente. Já o Equador dolarizou sua economia como tentativa de por fim a uma crise de crédito bancário e à maior inflação
do continente (53% ao ano).
Camdessus afirmou que a dolarização não deve ser opção para a
maior parte dos países.
Também partiu do Fundo o discurso mais cauteloso em relação
ao otimismo com as perspectivas
para o futuro econômico do continente. Segundo o sub-diretor-gerente, Eduardo Aninat, o crescimento da região depende de um
desaquecimento lento da economia norte-americana.
A análise está baseada no temor
de que uma economia superaquecida nos EUA concentre os investimentos do mercado norte-americano e externos, prejudicando a
recuperação econômica não só da
América Latina como também de
economias européias.
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