São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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BB paga a produtor por vaca leiteira

ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Preocupado com o risco de desabastecimento de leite no país devido à crise da Parmalat, o Banco do Brasil criou uma linha especial para produtores de leite credores da empresa.
O objetivo é evitar que as vacas leiteiras sejam abatidas. O produtor receberá R$ 200 por cada vaca leiteira de sua propriedade. O financiamento começa a ser pago 60 dias depois de ser tomado e tem um ano para ser quitado, com juros de 8,75% ao ano.
O superintendente do BB no Rio, Mário Domingues Ferreira, disse não haver um limite de recursos estabelecido. "Será de acordo com a demanda. O Banco do Brasil está trabalhando para minimizar essa crise."
O banco também vai aumentar o crédito rural para os produtores que vendem leite para cooperativas credoras da Parmalat. O crédito será por meio de notas promissórias rurais. O produtor recebe como pagamento a nota promissória da cooperativa e desconta o título no BB. Nesse caso, o recurso máximo emprestado pelo BB corresponde ao limite de crédito de cada cooperativa.
Ontem, o banco assinou o primeiro contrato de liberação de recursos por meio do EGF (Empréstimo do Governo Federal) -o governo emprestará R$ 300 milhões ao setor leiteiro. A cooperativa de Barra Mansa (a 110 km do Rio) recebeu R$ 1 milhão para estocar 1 milhão de litros de leite em caixa. Nos próximos dias, outras três cooperativas do Rio devem receber recursos do EGF -um financiamento cujo objetivo é manter os preços estáveis.
A Parmalat tem uma dívida de R$ 2,4 milhões com as cooperativas fluminenses. Outros R$ 2,2 milhões vencem no dia 16. A empresa deve cerca de R$ 300 mil a produtores fluminenses que não integram cooperativas.
A fábrica da Parmalat em Itaperuna (a 356 km do Rio) está funcionando com apenas 40% de sua capacidade por falta de matéria-prima, segundo a empresa.
Até ontem, das 11 cooperativas que forneciam leite à fábrica, só duas ainda entregavam o produto: a de Itaperuna, 70 mil litros, e a de São Fidélis, 20 mil litros. Antes da crise, o fornecimento diário à fábrica era de 360 mil litros.


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