São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inflação vai concentrar as atenções dos investidores

Analistas prevêem que IPCA repita patamar de dezembro

DA REPORTAGEM LOCAL

Dados de inflação no Brasil centralizam a agenda de eventos econômicos que merecerá a atenção dos investidores nos próximos dias. "Esta semana que segue conta com uma agenda de indicadores econômicos bem mais tranqüila do que a da semana [passada]", afirma a Link Corretora.
Hoje a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgará o resultado do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de janeiro. Analistas não esperam nenhuma grande surpresa, trabalhando com projeção de elevação de 0,68% no índice no primeiro mês de 2007.
O IPC mostrou que a cidade de São Paulo encerrou 2006 com inflação de 2,55%, a menor registrada desde 1998.
Na semana, ainda haverá a divulgação do IGP-DI de janeiro, além do índice mais aguardado, que é o IPCA, a ser divulgado pelo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira. Esse índice de inflação é o utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação.
O mercado estima que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em torno de 0,48% -no mesmo patamar registrado em dezembro.
Para todo 2007, a expectativa é a de que a taxa acumule elevação de 4,09%. No ano passado, o IPCA registrou inflação de 3,14% -menor nível desde 1998-, ficando abaixo do centro da meta oficial (de 4,5%).
"A agenda doméstica traz indicadores um pouco mais relevantes para o mercado financeiro. Os dois principais destaques são as divulgações da produção industrial de dezembro na segunda [hoje] e o IPCA de janeiro na sexta-feira", afirma a Link Corretora.
A produção industrial de dezembro, a ser apresentada hoje pelo IBGE, mostrará como foi o desempenho do segmento econômico no ano passado.
Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) apresentou a ata de sua última reunião. O documento não trouxe surpresas. Para investidores e analistas, a taxa básica Selic vai seguir em queda, mas em ritmo mais brando do que o registrado no ano passado.
A última pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central com cem instituições financeiras, mostrou a projeção de que a taxa Selic estará em 11,75% em dezembro deste ano. Hoje a Selic está em 13%.

Cena externa
Nos próximos dias, serão conhecidos nos EUA poucos dados de maior relevância.
Os destaques ficam por conta dos números de produtividade e do custo de mão-de-obra do quarto trimestre do ano passado, que serão apresentados nesta quarta-feira.
A divulgação do núcleo do índice americano de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) na quinta passada, que ficou abaixo do esperado -0,1% em dezembro contra projeção de 0,2%-, elevou a expectativa em torno da possibilidade de os juros americanos caírem até a reunião de maio do Fed (o BC americano).
Na quarta-feira passada, o Federal Reserve decidiu manter os juros básicos americanos inalterados, em 5,25% anuais. A nota divulgada após a reunião da autoridade monetária foi interpretada como sinalizadora de que as preocupações com a inflação dos Estados Unidos estão menores.
Esse cenário favoreceu os ativos de emergentes. Para o Brasil, isso se refletiu em queda do risco-país para seus menores níveis históricos -181 pontos, no fim das operações de sexta- e recuo do dólar para seu menor patamar desde maio passado. Na sexta, o dólar fechou a R$ 2,105.


Texto Anterior: Vencedor em janeiro montou carteira com alta de 18,45%
Próximo Texto: Negociação com chilenos reabre disputa pela Varig
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.