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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Brasil pode sair da crise melhor que emergentes, diz Coutinho
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, está otimista
com as perspectivas da economia para 2008, apesar da crise
internacional. Ele acha que o
país cresce neste ano, no mínimo, 4%, depois de ter se expandido entre 5% e 5,5% em 2007.
Luciano Coutinho toma como base as demandas por financiamentos para investimentos no BNDES neste início
de ano.
Os pedidos de empréstimos
feitos pelas empresas continuam praticamente no mesmo
ritmo do final de 2007, apesar
de ser normal uma desaceleração no início do ano. Tradicionalmente, nos meses de janeiro
e fevereiro, cai a demanda por
empréstimos no BNDES.
Neste início de ano, a desaceleração foi pequena, o que mostra que os empresários continuam otimistas com as perspectivas da economia. No ano
passado, o BNDES registrou
um desembolso recorde de R$
65 bilhões, e, para este ano, a
previsão é que o total alcance a
cifra de R$ 80 bilhões.
Segundo Luciano Coutinho,
dependendo da extensão e da
duração da crise, o Brasil pode
sair desse período de turbulência melhor do que os países
emergentes em geral.
De acordo com o presidente
do BNDES, se a crise for fraca,
nenhum país será afetado, e,
portanto, não há mudanças no
cenário. Já se for muito forte, se
a recessão for mais grave do
que se supunha, todos os países, incluindo o Brasil, irão sofrer e as conseqüências são imprevisíveis. Já se a crise for de
intensidade média, Coutinho
acha que o Brasil tem condições de se sair muito bem.
O mercado interno está puxando o crescimento do país e
atraindo dinheiro de fora, o que
vai ajudar a fomentar os investimentos. Além disso, o juro alto também se torna um fator de
atração de recursos de fora, o
que vai ajudar a manter, ao
mesmo tempo, o câmbio equilibrado e a estabilidade inflacionária.
O fato de o Brasil ser um
grande exportador de alimentos também deve contribuir para não se reduzir muito o valor
das exportações. "O Brasil tem
uma grande chance de sair
muito bem dessa crise", diz Luciano Coutinho.
opinião
Fiesp quer campanha contra embargo da carne
A proibição da importação
da carne bovina brasileira na
União Européia por razões
sanitárias é um escândalo,
segundo Roberto Giannetti
da Fonseca, diretor de comércio exterior da Fiesp.
"Estou cansado de ver o
Brasil virar saco de pancada
lá fora sem reagir a altura.
Tem de ser na base do toma
lá, dá cá, mesmo que isso nos
custe algum sacrifício."
Para Giannetti, "não basta
dizer que vamos recorrer à
OMC, pois isso leva tempo e,
até lá, o prejuízo aos frigoríficos brasileiros será imenso".
Ele propõe que o Brasil coloque imediatamente o vinho europeu na lista de exceção à Tarifa Externa Comum
do Mercosul com um imposto de importação temporário
de 150% enquanto for mantido esse "inaceitável boicote
protecionista" à carne brasileira na União Européia.
"Franceses, italianos e irlandeses que se entendam,
enquanto nossos consumidores estiverem fazendo essa
abstinência forçada do delicioso vinho europeu, até no
altar das igrejas se for preciso", afirma.
IN LOCO
A Ancar, proprietária e administradora de 11 shoppings,
fechou 2007 com faturamento de R$ 21 milhões em locações
de espaços de mídia dentro de centros de compra, uma alta
de 30% em relação ao ano anterior. A expectativa da empresa é que, com a restrição da mídia exterior, como acontece em São Paulo, o faturamento dobre em dois anos. "A nossa
área está ganhando espaço no bolo publicitário. O anúncio
em shopping fala com o consumidor no momento da decisão
da compra", afirma o diretor Alex Dumbrosck. Entre os canais usados dentro do shopping estão megabanners, adesivos de portas e escadas rolantes, lounges e stands. Lançamentos imobiliários, indústria automotiva, telefonia, eletroeletrônicos, universidades e cartões de crédito são alguns
dos anunciantes.
SEM PALPITE
O governador José Serra
prefere não arriscar nenhum palpite a respeito do
tamanho da crise internacional. Ele acha muito difícil
fazer qualquer previsão agora. A única certeza que ele
diz ter é a de que as finanças
públicas de São Paulo estão
muito bem. Serra foi na noite de segunda assistir ao desfile das escolas de samba no
Carnaval do Rio no camarote do governador do Rio,
Sérgio Cabral.
CAIPIRINHA
A Sagatiba patrocina o 50º
Grammy, comemorado com
drinques de cachaça.
MUITO FELIZES
José Luís Cutrale, dono da
Cutrale, o maior produtor de
suco de laranjas do mundo,
que também esteve na noite
de segunda no desfile das escolas de samba, não quis falar de negócios. Disse que estava ali para curtir o Carnaval, mas que os fazendeiros
produtores de laranja estão
muito felizes. Na laranja,
nem sinal de crise.
INVESTIMENTO
A Thyssenkrupp informou Sérgio Cabral que
anunciará mais investimentos no Estado. A empresa está investindo 3 bilhões em
uma siderúrgica no Rio.
NA AVENIDA
O italiano Thomas Gold, vice-presidente da Great Lengths, e Luciana Alvarez, representante no Brasil; Gold veio ao país para desfilar no carro que a empresa patrocinou no Carnaval paulista
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