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Corte de vagas se espalha por comércio e construção em SP
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os cortes de postos de trabalho no final de 2008 se espalharam pelos principais municípios e setores do Estado de São
Paulo, segundo pesquisa lançada ontem pelo governo estadual e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) feita a partir dos dados do
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A perda de vagas atingiu tanto municípios cujo dinamismo
vem da indústria quanto cidades em que a principal atividade econômica é o turismo. Diadema eliminou em dezembro
96% das vagas que criou durante o ano. Em Santos, o saldo entre vagas criadas e eliminadas
em dezembro ante novembro
caiu à metade na comparação
com igual período de 2007.
A indústria de transformação, o comércio e a construção
foram os setores mais afetados.
A primeira passou de perda de
66,6 mil postos de trabalho entre novembro e dezembro de
2007 para redução de 126,8 mil
vagas no mesmo período do
ano passado. O comércio, que
gerou 3.660 empregos no último mês de 2007, perdeu 9.946
postos de trabalho no ano seguinte. A construção eliminou
15 mil postos, contra 2.000 cortados em dezembro de 2007.
O coordenador da pesquisa,
Helio Zylberstajn, prevê que a
retração da indústria tenha impacto bastante negativo no PIB
do 4º trimestre de São Paulo. A
indústria responde por cerca
de 60% do PIB do Estado.
Perda de renda
A pesquisa também aponta
que o salário dos trabalhadores
paulistas encolheu no fim do
ano. Zylberstajn destaca que o
salário médio dos trabalhadores admitidos no Estado foi
crescente de 2004 a 2007
-passou de cerca de R$ 800 para quase R$ 900. Em dezembro,
o salário médio no Estado foi de
R$ 834, com queda real de
1,39% em relação a novembro.
O índice de "pressão salarial"
(salário médio dos admitidos
dividido por salário médio dos
desligados), indicador lançado
ontem pela secretaria, também
mostra perda de dinamismo na
renda dos trabalhadores. Ele
revela que a vitalidade do mercado vista em dezembro de
2007 não se sustentou ao longo
de 2008. No último mês daquele ano, o índice era de 1,05, ante
0,92 em dezembro de 2008. Resultados maiores que 1 indicam
condições favoráveis de salário
para os trabalhadores.
(VERENA FORNETTI)
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