São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Corte de vagas se espalha por comércio e construção em SP

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os cortes de postos de trabalho no final de 2008 se espalharam pelos principais municípios e setores do Estado de São Paulo, segundo pesquisa lançada ontem pelo governo estadual e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) feita a partir dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A perda de vagas atingiu tanto municípios cujo dinamismo vem da indústria quanto cidades em que a principal atividade econômica é o turismo. Diadema eliminou em dezembro 96% das vagas que criou durante o ano. Em Santos, o saldo entre vagas criadas e eliminadas em dezembro ante novembro caiu à metade na comparação com igual período de 2007.
A indústria de transformação, o comércio e a construção foram os setores mais afetados. A primeira passou de perda de 66,6 mil postos de trabalho entre novembro e dezembro de 2007 para redução de 126,8 mil vagas no mesmo período do ano passado. O comércio, que gerou 3.660 empregos no último mês de 2007, perdeu 9.946 postos de trabalho no ano seguinte. A construção eliminou 15 mil postos, contra 2.000 cortados em dezembro de 2007.
O coordenador da pesquisa, Helio Zylberstajn, prevê que a retração da indústria tenha impacto bastante negativo no PIB do 4º trimestre de São Paulo. A indústria responde por cerca de 60% do PIB do Estado.

Perda de renda
A pesquisa também aponta que o salário dos trabalhadores paulistas encolheu no fim do ano. Zylberstajn destaca que o salário médio dos trabalhadores admitidos no Estado foi crescente de 2004 a 2007 -passou de cerca de R$ 800 para quase R$ 900. Em dezembro, o salário médio no Estado foi de R$ 834, com queda real de 1,39% em relação a novembro.
O índice de "pressão salarial" (salário médio dos admitidos dividido por salário médio dos desligados), indicador lançado ontem pela secretaria, também mostra perda de dinamismo na renda dos trabalhadores. Ele revela que a vitalidade do mercado vista em dezembro de 2007 não se sustentou ao longo de 2008. No último mês daquele ano, o índice era de 1,05, ante 0,92 em dezembro de 2008. Resultados maiores que 1 indicam condições favoráveis de salário para os trabalhadores.
(VERENA FORNETTI)


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