São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Obras atrasam, mas governo mantém avaliação positiva

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de estar classificada com o selo verde, indicado para obras ou projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com andamento "adequado", o teste para exploração de petróleo no campo de Tupi, no pré-sal, está atrasado.
No balanço feito em setembro do ano passado, o teste deveria começar até março deste ano. Ontem, em nova divulgação, o prazo foi adiado para maio. "No planejamento passado, era março. A Petrobras escorregou dois meses", disse a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Os testes custarão R$ 248 milhões e, segundo a ministra, vão durar seis meses. Técnicos avaliam que poderá levar um ano e meio.
Apesar do atraso nos testes do pré-sal, o início da produção do poço de Tupi (piloto de produção) continua previsto para acontecer até o final de 2010. A expectativa é produzir 100 mil barris/dia de petróleo. O custo é estimado em R$ 6,5 bilhões.
Ainda na área de petróleo e gás, a perfuração de poços no campo de Mexilhão (SP) também atrasou em relação ao balanço anterior. Estava prevista para começar em agosto e ficou para o final de abril.
Pelo menos 20 obras ou ações do PAC com o selo verde, que indica andamento "adequado", estão atrasadas em relação às datas previstas no balanço feito em setembro do ano passado. Há atrasos em obras rodoviárias, concessões, aeroportos, hidrelétricas, termelétricas, linhas de transmissão e plataformas de exploração de petróleo e gás.
O governo não considera que haja problema em classificar com o selo "adequado" obras que tenham atrasos em relação ao balanço anterior. "Não consideramos atraso um problema que pode ser resolvido. Para nós, é atraso quando há risco de não ser feito", disse Dilma.
No PAC, os projetos são classificados como "adequado" (verde), "atenção" (amarelo) e "preocupante" (vermelho).

Energia
Entre as obras atrasadas, há três hidrelétricas (Corumbá 3, Telêmaco Borba e Ribeiro Gonçalves) e duas termelétricas (Atlântico e Candiota 3). A linha de transmissão que irá ligar as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, ao resto do país, também está atrasada, em aproximadamente dois meses.
Não só há atraso nas obras como a licitação de novas hidrelétricas no médio prazo pode ficar comprometida por conta da não-execução, a tempo, de estudos de inventário e viabilidade em bacias hidrográficas, como ocorre nos rios da bacia do Tapajós e na bacia do rio Teles Pires (MT).
Por falta de projetos de hidrelétricas para licitar, o governo vem aumentando a quantidade de usinas termelétricas na matriz elétrica brasileira.


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