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Obras atrasam, mas governo mantém avaliação positiva
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de estar classificada
com o selo verde, indicado para
obras ou projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com andamento "adequado", o teste para exploração
de petróleo no campo de Tupi,
no pré-sal, está atrasado.
No balanço feito em setembro do ano passado, o teste deveria começar até março deste
ano. Ontem, em nova divulgação, o prazo foi adiado para
maio. "No planejamento passado, era março. A Petrobras escorregou dois meses", disse a
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil). Os testes custarão R$
248 milhões e, segundo a ministra, vão durar seis meses.
Técnicos avaliam que poderá
levar um ano e meio.
Apesar do atraso nos testes
do pré-sal, o início da produção
do poço de Tupi (piloto de produção) continua previsto para
acontecer até o final de 2010. A
expectativa é produzir 100 mil
barris/dia de petróleo. O custo
é estimado em R$ 6,5 bilhões.
Ainda na área de petróleo e
gás, a perfuração de poços no
campo de Mexilhão (SP) também atrasou em relação ao balanço anterior. Estava prevista
para começar em agosto e ficou
para o final de abril.
Pelo menos 20 obras ou
ações do PAC com o selo verde,
que indica andamento "adequado", estão atrasadas em relação às datas previstas no balanço feito em setembro do ano
passado. Há atrasos em obras
rodoviárias, concessões, aeroportos, hidrelétricas, termelétricas, linhas de transmissão e
plataformas de exploração de
petróleo e gás.
O governo não considera que
haja problema em classificar
com o selo "adequado" obras
que tenham atrasos em relação
ao balanço anterior. "Não consideramos atraso um problema
que pode ser resolvido. Para
nós, é atraso quando há risco de
não ser feito", disse Dilma.
No PAC, os projetos são classificados como "adequado"
(verde), "atenção" (amarelo) e
"preocupante" (vermelho).
Energia
Entre as obras atrasadas, há
três hidrelétricas (Corumbá 3,
Telêmaco Borba e Ribeiro Gonçalves) e duas termelétricas
(Atlântico e Candiota 3). A linha de transmissão que irá ligar as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, ao resto do
país, também está atrasada, em
aproximadamente dois meses.
Não só há atraso nas obras
como a licitação de novas hidrelétricas no médio prazo pode ficar comprometida por
conta da não-execução, a tempo, de estudos de inventário e
viabilidade em bacias hidrográficas, como ocorre nos rios da
bacia do Tapajós e na bacia do
rio Teles Pires (MT).
Por falta de projetos de hidrelétricas para licitar, o governo vem aumentando a quantidade de usinas termelétricas na
matriz elétrica brasileira.
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