São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Violência urbana derruba competitividade no turismo

País é o 49º em ranking do Fórum Econômico Mundial

MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Brasil é o 49º país mais atraente para investimentos no setor de viagens e turismo dentre 130 países avaliados no Relatório de Competitividade de Viagens e Turismo 2008, divulgado ontem pelo Fórum Econômico Mundial. Entre os países da América Latina, o Brasil ficou na quarta colocação, atrás de Barbados (29º), Costa Rica (44º) e Porto Rico (46º).
Uma mudança na metodologia de cálculo do ICVT (Índice de Competitividade de Viagens e Turismo) elevou a classificação do país em dez posições -no ano passado o Brasil foi o 59º da lista. O índice é calculado por uma média de 14 itens relacionados ao turismo, como infra-estrutura em aeroportos, segurança e regulamentação.
Neste ano, a sustentabilidade ambiental obteve um peso maior na composição do índice e contribuiu para um melhor desempenho do Brasil, que ficou em 37º no ranking do item.
As melhores avaliações do Brasil foram em recursos naturais e culturais, categorias que foram separadas neste ano -3º e 12º lugar, respectivamente.
O pior desempenho brasileiro foi quanto à segurança. O país foi o 128º colocado no ranking, à frente apenas de Bangladesh e Nigéria. O Brasil também foi mal nos indicadores que medem a eficiência da regulamentação para a entrada de turistas e a infra-estrutura para o turismo -95ª posição em ambas as categorias.
Para a ministra do Turismo, Marta Suplicy, os resultados dos investimentos aparecem na pesquisa, mas ainda há muito a fazer. "Estudos como esse revelam os acertos e mostram os desafios que temos a enfrentar. Mas estamos no caminho certo, dentro de um planejamento de médio e longo prazo."
Apesar de não considerar o 49º lugar um desempenho positivo, Ricardo Mader, sócio da consultoria especializada no setor de turismo HIA (Hotel Investments Advisors), disse que ele não reflete a realidade. "Trabalho há 25 anos como consultor de investimentos no setor e nunca vi um momento de tanta demanda," disse.
Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgados ontem mostram que o crescimento do setor de turismo entre 2002 e 2006 gerou 235 mil empregos.
O resultado representa um aumento de 14,4% no período, desempenho de 0,4 ponto percentual acima da evolução do PIB (Produto Interno Bruto) nesses quatro anos.
Para Mader, o resultado do setor de turismo poderia ser ainda melhor. "O problema nessa área [turismo] é igual a todas as outras. A burocracia e a alta carga fiscal jogam contra qualquer investimento."


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