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Após 9 meses, Bovespa tem fluxo positivo de estrangeiros
Bolsa de SP registra entrada líquida de R$ 544 mi em investimentos externos em fevereiro
Apesar do balanço favorável
do mês passado, a saída de
capital da Bolsa acumulada
é elevada; em 2008, fuga
foi recorde, de R$ 24,6 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores estrangeiros
voltaram a demonstrar maior
apetite pelas ações de companhias brasileiras. Em fevereiro,
o balanço das operações feitas
com capital externo na Bovespa ficou positivo em R$ 544,1
milhões. Desde maio de 2008, o
saldo não ficava no azul.
Todavia, a entrada líquida de
recursos externos de fevereiro
foi tímida em relação ao que já
saiu em meio ao agravamento
da crise financeira internacional. Em 2008, as operações feitas com capital externo na Bolsa tiveram saldo negativo de R$
24,63 bilhões -o pior resultado
da história. Apesar dos números favoráveis do mês passado,
o balanço do ano ainda está no
vermelho, em R$ 101,9 milhões.
Os estrangeiros respondem
por 35% das operações realizadas na Bolsa, sendo a categoria
de maior peso no mercado
acionário doméstico. Dessa
forma, os negócios que realizam são relevantes para os rumos que o mercado toma.
No pregão de ontem, marcado pela alta expressiva da Bolsa
de Valores de São Paulo, a compra de ações de companhias
brasileiras com capital externo
foi significativa, segundo operadores de corretoras.
Um dos efeitos da prolongada fuga dos estrangeiros do
mercado local foi o congelamento das operações de IPOs
(oferta inicial de ações). Os estrangeiros responderam por
mais de 70% dos IPOs realizados nos últimos anos. Para que
esse segmento seja reaquecido,
o retorno dos estrangeiros terá
de prosseguir e mesmo se intensificar nos próximos meses,
dizem analistas.
Mas a melhora no fluxo de
capital externo não foi suficiente para derrubar a cotação do
dólar. No mês passado, a moeda
se apreciou em 2,24%. Nos negócios de ontem, o dólar recuou
1,7%, para encerrar a R$ 2,37
-no ano, a alta acumulada pela
moeda dos EUA é de 1,54%.
"Apesar dos números favoráveis, a cotação cambial encerrou o mês de fevereiro bastante
pressionada. Uma explicação
para essa aparente contradição
pode estar, novamente, na baixa liquidez do mercado de câmbio, que em fevereiro foi de apenas US$ 52,9 bilhões, contra
US$ 60,3 bilhões em janeiro, e
uma média de US$ 89,8 bilhões
entre setembro e dezembro.
Foi o menor giro desde setembro de 2006", avalia, em relatório, a LCA Consultores.
(FABRICIO VIEIRA)
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