São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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Após 9 meses, Bovespa tem fluxo positivo de estrangeiros

Bolsa de SP registra entrada líquida de R$ 544 mi em investimentos externos em fevereiro

Apesar do balanço favorável do mês passado, a saída de capital da Bolsa acumulada é elevada; em 2008, fuga foi recorde, de R$ 24,6 bi


DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores estrangeiros voltaram a demonstrar maior apetite pelas ações de companhias brasileiras. Em fevereiro, o balanço das operações feitas com capital externo na Bovespa ficou positivo em R$ 544,1 milhões. Desde maio de 2008, o saldo não ficava no azul.
Todavia, a entrada líquida de recursos externos de fevereiro foi tímida em relação ao que já saiu em meio ao agravamento da crise financeira internacional. Em 2008, as operações feitas com capital externo na Bolsa tiveram saldo negativo de R$ 24,63 bilhões -o pior resultado da história. Apesar dos números favoráveis do mês passado, o balanço do ano ainda está no vermelho, em R$ 101,9 milhões.
Os estrangeiros respondem por 35% das operações realizadas na Bolsa, sendo a categoria de maior peso no mercado acionário doméstico. Dessa forma, os negócios que realizam são relevantes para os rumos que o mercado toma.
No pregão de ontem, marcado pela alta expressiva da Bolsa de Valores de São Paulo, a compra de ações de companhias brasileiras com capital externo foi significativa, segundo operadores de corretoras.
Um dos efeitos da prolongada fuga dos estrangeiros do mercado local foi o congelamento das operações de IPOs (oferta inicial de ações). Os estrangeiros responderam por mais de 70% dos IPOs realizados nos últimos anos. Para que esse segmento seja reaquecido, o retorno dos estrangeiros terá de prosseguir e mesmo se intensificar nos próximos meses, dizem analistas.
Mas a melhora no fluxo de capital externo não foi suficiente para derrubar a cotação do dólar. No mês passado, a moeda se apreciou em 2,24%. Nos negócios de ontem, o dólar recuou 1,7%, para encerrar a R$ 2,37 -no ano, a alta acumulada pela moeda dos EUA é de 1,54%.
"Apesar dos números favoráveis, a cotação cambial encerrou o mês de fevereiro bastante pressionada. Uma explicação para essa aparente contradição pode estar, novamente, na baixa liquidez do mercado de câmbio, que em fevereiro foi de apenas US$ 52,9 bilhões, contra US$ 60,3 bilhões em janeiro, e uma média de US$ 89,8 bilhões entre setembro e dezembro. Foi o menor giro desde setembro de 2006", avalia, em relatório, a LCA Consultores.
(FABRICIO VIEIRA)


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