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CRÉDITO EXTERNO
Empréstimo de US$ 100 mi está sendo concluído pelo ABN-Amro
ABN-Amro volta a obter empréstimos no exterior
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
Pela primeira
vez desde o início do ano, uma
empresa sediada no Brasil
conseguiu emitir títulos e levantar capital
no exterior. A filial brasileira do
banco holandês ABN-Amro está
concluindo a emissão de títulos no
valor de US$ 100 milhões essa semana.
"Estamos começando a reabrir a
porta do mercado financeiro internacional ao Brasil. É a primeira
emissão de bônus feita por uma
empresa brasileira em 1999", afirma Fábio Barbosa, presidente da
filial brasileira do banco holandês
ABN-Amro.
O dinheiro está sendo levantado
junto a grandes clientes (private
banking) do banco na Europa, na
Ásia e nos paraísos fiscais do Caribe . Cerca de US$ 90 milhões já foram arrecadados.
Os recursos serão destinados a financiar operações de leasing e
conceder empréstimos a clientes
do banco, principalmente para
quitar dívida em dólares com outros credores.
O ABN-Amro teve de pagar mais
caro e reduzir os prazos de vencimento do débito em relação a
emissões anteriores. Foi a alternativa para atrair o interesse dos investidores internacionais, que temem aplicar no país e perder o dinheiro com uma eventual moratória ou uma limitação de envio de
dólares para o exterior.
Até o ano passado, o banco emitia títulos no exterior com vencimento de dois anos pagando 5,6
pontos percentuais acima da Libor, a taxa de juros interbancária
inglesa. A atual emissão é de seis
meses e paga 12,25% ao ano, o
equivalente a 7,25 pontos percentuais acima da Libor.
"A volta ao mercado de capitais
internacional começa com taxas
mais altas e prazos mais curtos,
com clientes privados dos bancos.
Só numa segunda etapa é possível
levantar recursos junto aos grandes fundos de investimento", diz
Barbosa. Como o ABN-Amro tem
uma dívida de US$ 150 milhões
vencendo no próximo dia 9, deverá haver uma compensação na movimentação dos dólares. O banco
deverá remeter ao exterior US$ 50
milhões, diferença entre o que tem
de pagar e o que deve trazer com a
nova emissão para o país.
O banco já estuda fazer outras
emissões, principalmente na época de vencimento de outro bônus,
de US$ 100 milhões, em 31 de março. "O Brasil está voltando ao jogo.
Se o mercado lá fora tiver com capacidade para absorver novas
emissões, vamos fazer novas operações", diz o executivo.
Como o mercado externo está fechado, muitas empresas brasileiras têm tentado rolar suas dívidas
oferecendo garantias extras.
O ABN-Amro não precisou oferecer nenhuma garantia a mais do
que as que vinham sendo adotadas
até o ano passado para levantar os
recursos. "Pagamos uma taxa mais
alta, mas o importante é que os
clientes voltaram a comprar papéis brasileiros."
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