|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Termina revisão do acordo com o FMI
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
ISABEL VERSIANI
enviada especial a Washington
O governo brasileiro e o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
divulgam hoje comunicado conjunto informando que foram concluídas as negociações sobre a revisão das metas do acordo assinado no final de 98.
O comunicado deverá ser divulgado à tarde em Brasília e em Washington.
O programa original com o Fundo, acertado em 98, ficou defasado
depois que o governo liberalizou o
câmbio, em janeiro. Uma missão
brasileira está em Washington
desde o último dia 15 renegociando o programa de ajuda.
A conclusão da revisão é o primeiro passo para que o Brasil receba a segunda parcela -de US$ 9,3
bilhões- do empréstimo de US$
41,5 bilhões acertado com o Fundo, com participação de organismos internacionais e países desenvolvidos. Antes, a revisão precisa
ser aprovada pela direção do FMI.
Se tudo correr como espera o governo brasileiro, essa segunda parcela deverá ser liberada no final de
março ou no começo de abril. Em
dezembro de 1998, o Brasil recebeu
a primeira parcela do empréstimo,
no valor de US$ 9,3 bilhões. Os recursos serão usados para manter o
país solvente.
Na próxima semana, o ministro
Pedro Malan (Fazenda) e o novo
presidente do Banco Central, Armínio Fraga, viajam para o exterior para conversas com os investidores estrangeiros. Eles devem explicar as novas metas do acordo e
as medidas adotadas pelo governo.
Antes da viagem, o governo deve
divulgar o memorando técnico
com os detalhes previstos na revisão do acordo. O Brasil irá trabalhar com uma meta anual de inflação média de 11%, com índice em
dezembro abaixo de 0,6%.
Uma aparente contradição nas
explicações apresentadas pelo governo não impediu que o Senado
aprovasse ontem dois empréstimos do Bird (Banco Mundial) ao
Brasil, como parte do pacote de
ajuda negociado com o FMI.
Foram aprovados dois empréstimos do Bird, no valor total de US$
1,009 bilhão -ao todo, o organismo emprestará US$ 4,5 bilhões dos
US$ 41,5 bilhões do pacote.
Em um dos empréstimos aprovados, no valor de US$ 252 milhões, a mensagem presidencial
enviada ao Senado prevê que os recursos serão destinados a uma rubrica chamada "Rede de Proteção
Social". Já na exposição de motivos
enviada pelo secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, Pedro
Parente, a verba será utilizada "de
maneira ampla", e a "intenção" do
governo é destiná-la ao pagamento
da dívida externa.
Osmar Dias (PSDB-PR), relator
da resolução, reconheceu a "discrepância", mas deu parecer favorável à aprovação do empréstimo.
"Apesar da discrepância, dei parecer favorável porque o empréstimo faz parte de um acordo global
com o FMI. Não posso afirmar onde os recursos serão aplicados,
porque Pedro Parente falou em intenção", afirmou Dias.
A segunda operação autorizada é
um empréstimo no valor de US$
757 milhões, destinados a ajustes
na Previdência Social.
Texto Anterior: ABN-Amro volta a obter empréstimos no exterior Próximo Texto: Celso Lafer prevê superávit de US$ 4,5 bi na balança comercial Índice
|