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IPC-Fipe fica em 1,41% no mês passado
MAURO ZAFALON
da Redação
A inflação de fevereiro foi menor
do que a prevista. Dados divulgados ontem pela Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) mostraram uma evolução média de 1,41% nos preços no mês
passado na cidade de São Paulo. A
previsão inicial da Fipe era de uma
taxa de 1,50%.
A taxa ficou bem abaixo das previstas por algumas consultorias e
por departamentos econômicos de
alguns bancos, que estimavam inflação de até 2,5% em fevereiro.
Heron do Carmo, coordenador
do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, e que na semana passada já tinha alertado que algumas
previsões de inflação eram exageradas, disse que essas instituições
foram prisioneiras das informações no curto prazo.
A inflação está subindo menos
do que o previsto porque as indústrias estão repassando para os preços apenas os custos recebidos pela alta do dólar. Nos anos anteriores, quando a demanda era maior,
elas sempre testavam o mercado
com repasses superiores aos dos
custos, afirma Heron do Carmo.
Desta vez, as indústrias estão
tentando repassar apenas o que o
consumidor está apto a absorver,
diz o economista. E a absorção do
consumidor é pequena porque a
renda, que era fraca em janeiro, se
deteriorou em fevereiro e vai continuar caindo em março.
Heron do Carmo diz que a inflação está seguindo a trajetória desenhada. A desvalorização do real
provocou forte impacto inicial sobre os preços de commodities que
são negociadas ou cotadas em dólar, como café, soja e boi. Na última semana do mês passado, os
reajustes já perderam força.
O economista da Fipe diz que
agora os consumidores vão receber uma segunda rodada de aumentos. A alta de preços das commodities vai ser repassada para os
seus derivados, mas em intensidade bem menor. Heron cita o caso
do óleo de soja, que, após alta de
12,3% em fevereiro, deve influenciar os preços da margarina, que
contém essa matéria-prima.
Na avaliação da Fipe, o impacto
da desvalorização do real está aumentando a taxa de inflação deste
ano, em média, 1,6 ponto percentual em relação à de 98. A taxa de
março, que foi negativa em 0,23%
no ano passado, deve ficar próxima de 1,50% em 99. Já a de abril deve sair de 0,60% em 98 para 2% em
99. A partir daí a taxa deve recuar.
A inflação dos últimos 12 meses,
após quatro meses negativa, voltou a ser positiva (0,01%). Já no
ano, a taxa subiu para 1,92%, e em
seis meses, para 0,70%.
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