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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa de São Paulo sobe 7,86% em dólar
da Reportagem Local
O mercado financeiro teve ontem um dia de otimismo com a expectativa de que as cotações do
dólar vão cair. Agora, o governo
poderá usar os recursos da ajuda
do FMI e países ricos, que totalizam US$ 41,5 bilhões, para defender o real no mercado de câmbio,
segundo anunciou o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga.
Para os especialistas, também o
aumento nos juros básicos decretado pelo BC -de 39% ao ano para 45%-, embora de efeito real
tênue, sinaliza que o governo vai
atuar de forma dura para procurar
conter a inflação e o dólar.
Mas o mercado esperava alta
maior nas taxas. Por isso, os contratos futuros passaram a projetar
juros menores do que no fechamento de anteontem. Para março,
os juros projetados passaram a
44,11% ao ano, contra os 44,55%
de anteontem.
"O governo saiu do imobilismo
e da letargia que se encontrava em
fevereiro", disse o economista
Manuel Maceira.
A Bolsa de Valores de São Paulo
subiu 3,85% em reais. O volume
de negociação cresceu, chegando a
R$ 538,13 milhões, em comparação com os R$ 331,9 milhões de
anteontem. Como o real ganhou
valor, a alta na Bolsa de São Paulo
foi de 7,86% em dólar.
Os boatos de que novas medidas
estão para ser anunciadas neste final de semana, como a privatização da Petrobrás, fizeram as ações
da empresa se destacar. As do tipo
PN (sem direito a voto) tiveram alta de 6,49%, a maior entre os dez
papéis mais negociados na Bolsa
de São Paulo. As ações do tipo ON
(com direito a voto) tiveram aumento de 11,9%.
No mercado de títulos da dívida
externa brasileira também houve
nova recuperação. Os preços do
C-bond, o título mais negociado,
subiram de 55% do valor de face
anteontem para 56,375% ontem.
Marcelo Saddi Castro, diretor de
renda variável do BNP, notou que
os juros básicos de 3,38% para este
mês, já considerando-se a alta,
continuam abaixo da inflação,
medida pelo IGP-M, prevista: 4%.
Para um economista de banco
estrangeiro, a alta dos juros, sozinha, não altera o crescimento da
economia. Mas, como veio aliada
a medidas de aumento do recolhimento do compulsório sobre os
depósitos a prazo dos bancos e
corte de gastos do governo, pode
ajudar a aprofundar a recessão.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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