|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA registram perda de 80 mil empregos
Redução em março foi a maior em cinco anos e reforça análises de recessão já em curso na maior economia do mundo
Índice de desemprego subiu para 5,1%, maior nível desde setembro de 2005; após divulgação, Tesouro admite possível recessão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os Estados Unidos tiveram
em março a maior perda de empregos em cinco anos, reforçando análises de que o país já
está em recessão e aumentando
as perspectivas pessimistas para o resto do ano.
Houve perda de 80 mil vagas
no mês passado, o terceiro seguido de contração no mercado
de trabalho e o maior desde
março de 2003, início da Guerra do Iraque, informou o Departamento do Trabalho dos
Estados Unidos.
A taxa de desemprego no país
aumentou para 5,1% em março,
0,3 ponto percentual acima dos
4,8% registrados em fevereiro.
O índice é o mais alto desde setembro de 2005, após a passagem do furacão Katrina.
Até março, o país perdeu 232
mil vagas, uma média de 77 mil
por mês. No último semestre
do ano passado, houve crescimento médio de 76 mil postos
por mês.
Após a divulgação dos dados,
o porta-voz da Casa Branca,
Tony Fratto, disse que os índices ruins eram esperados, mas
que há a expectativa de recuperação durante o ano. "A fraqueza neste trimestre era esperada, com um crescimento econômico achatado e um mercado de trabalho frágil."
Recessão
O Tesouro americano disse
que concorda com o presidente
do Fed (BC dos EUA), Ben Bernanke, que admitiu pela primeira vez a possibilidade de
uma recessão, na quarta-feira.
"Sem levar em consideração
onde está precisamente o crescimento do PIB, sabemos que
haverá expansão consideravelmente menor que o ideal, e isso
vai impactar todos os aspectos
importantes para os americanos", disse o secretário-assistente de políticas públicas do
Tesouro, Phillip Swagel.
Para analistas, o crescimento
do desemprego atesta a entrada
do país em recessão. "Um crescimento dessa magnitude nunca ocorreu no período do Pós-Guerra sem que a economia estivesse em recessão", afirmou o
economista-chefe do Bear
Stearns, John Ryding.
Para o analista do Credit
Suisse Carl Lantz, os dados não
só marcam o início de uma recessão mas uma maior que as
últimas duas. "É só o começo."
Já para o economista do Lehman Brothers Drew Matus, o
PIB dos EUA terá redução de
0,5% no primeiro trimestre.
A perda de vagas também aumentou as apostas de que o Fed
reduzirá ainda mais os juros
neste mês. "A reação do BC deve ser a de manter as taxas em
baixa", disse o analista do Société Générale Stephen Gallagher. A taxa está em 2,25%.
Houve perdas em quase todos os setores da economia,
mas a maior foi na construção
civil, com 51 mil vagas cortadas
em março, nono mês de redução. A indústria perdeu 48 mil
vagas, grande parte no setor automobilístico. Mas o fechamento de postos atingiu também setores como serviços (35
mil) e comércio (12.000), o que,
para analistas, mostra que os
cortes não chegaram ao pico.
"Mais setores começaram a
se deteriorar, o que sugere que
as demissões não terminaram",
disse Matus, que afirma acreditar que o índice de desemprego
vá chegar a 6%.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Frase Índice
|