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RIQUEZA AMERICANA
Ações de empresas de tecnologia e teles caem, deixando para trás boas notícias do início do ano
Pessimismo derrota sinais iniciais de melhoria nos EUA
MARY CHUNG
DO FINANCIAL TIMES
Muita gente em Wall Street imagina para onde iremos daqui, enquanto os mercados de ações dos
EUA mostram poucos sinais de
que sairão de sua profunda queda. Ainda que os índices de ações
tenham sido melhores na semana
passada do que na anterior, quando sofreram suas piores perdas
desde o ataque de 11 de setembro,
o clima segue pessimista.
Michael Metz, analista de mercado na CIBC World Markets, diz
que "há grande ansiedade no
mercado e preocupações quanto
à recuperação da economia".
Ele mencionou questões que influenciam a confiança dos investidores: o pesado endividamento
dos consumidores, um ambiente
desfavorável ao investimento empresarial e os problemas do dólar,
o que pode elevar os preços das
importações e reduzir o investimento estrangeiro nos EUA.
Com todos os fundamentos negativos, "existe a possibilidade de
uma recessão de duplo mergulho", disse Metz. "Há pouca convicção no mercado atual e a próxima mexida provavelmente será
para baixo, uma vez mais."
O sentimento que talvez soasse
exageradamente negativo dois
meses atrás, quando indicadores
econômicos, entre os quais a revisão para mais dos dados sobre o
PIB norte-americano no quarto
trimestre, sinalizavam que a economia do país não só saía da crise
como acelerava a todo vapor.
Mas o segundo trimestre revelou que boa parte do otimismo
anterior dos mercados era exagerado. Nas últimas semanas, a esperança de recuperação rápida
desapareceu, junto dos ganhos
nos índices de ações.
Jim Paulsen, diretor de investimentos da Wells Capital Management, diz que "a principal coisa
que estava sendo observada no
trimestre era a solidez das informações de lucros das empresas e
comentários igualmente sólidos
sobre as perspectivas empresariais para o resto do ano".
Isso serviria como o próximo
catalisador para empurrar as
ações a uma alta, mas a recente série de resultados trimestrais desanimadores para os lucros empresariais não inspirou os mercados.
Ainda que o quadro de lucros tenha tido melhora relativa, Paulsen diz que cerca de 60% das empresas cotadas no índice Standard
& Poor's 500 de ações registraram
declínio em seu faturamento, o
que faz com que os investidores
questionem a sustentabilidade de
uma recuperação nos lucros.
A semana que passou viu mais
instabilidade nos setores de tecnologia e telecomunicações, com
alguns observadores categorizando a situação como "capitulação"
das ações de teles, causada principalmente pelos problemas na
WorldCom. A empresa continua
a ser classificada como investimento saudável, mas seus títulos
estão sendo tratados como "junk
bonds" pelos mercados.
Bernie Ebbers, co-fundador da
WorldCom, foi pressionando a
renunciar ao cargo de executivo-chefe na semana passada. A empresa está sendo investigada pela
Securities and Exchange Commission (SEC, agência federal
norte-americana que regulamenta e fiscaliza os mercados de valores mobiliários) e o preço de suas
ações sofreu queda dramática sob
a liderança de Ebbers.
John Sidgemore, vice-chairman
do grupo, foi indicado para sucedê-lo. Mas as mudanças no comando do grupo não tiveram
muito efeito nos preços das ações
da WorldCom. Elas eram negociadas por cerca de US$ 2 na semana passada, muito abaixo de
seu pico de US$ 61,89 no terceiro
trimestre de 1999.
A WorldCom não foi o único
grupo a ter mudanças em seu comando. A Sun Microsystems passou por queda acentuada em suas
ações depois da renúncia do "número dois" da empresa.
Ed Zanders, presidente e diretor
operacional, anunciou que se demitiria da companhia em junho.
A partida dele seria a quarta entre
os principais executivos da Sun
nas últimas semanas. A notícia
causou pesadas vendas e os investidores derrubaram o preço das
ações do grupo para US$ 6,45 no
fechamento da quinta-feira, muito abaixo dos mais de US$ 64 em
que estavam cotadas em setembro de 2000.
As notícias negativas também
fizeram com que o índice composto Nasdaq atingisse seu ponto
mais baixo desde outubro.
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