|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXUBERÂNCIA NACIONAL
Desempenho no 1º trimestre supera em 43,8% o do rival Bradesco, mas resultado operacional caiu 25,7%
Lucro do Itaú aumenta 23% e vai a R$ 876 mi
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro do banco Itaú Holding
Financeira, de R$ 876 milhões no
primeiro trimestre deste ano, foi
43,8% superior ao do seu arqui-rival, o Bradesco, que divulgou resultados na segunda-feira.
A exemplo do Bradesco, o Itaú
também reduziu sua estimativa
de crescimento da carteira de crédito neste ano. De acordo com Silvio Carvalho, diretor-executivo
do banco, as operações de crédito
deverão crescer entre 16% e 17%
no ano, contra uma projeção anterior de 20%.
O balanço do Itaú mostra que o
lucro líquido cresceu 22,7% no
primeiro trimestre, em relação a
igual período de 2003. O resultado
operacional do banco (receitas
menos despesas antes do Imposto
de Renda), entretanto, levou um
grande tombo (queda de 25,7%).
Essa queda só não afetou o lucro
final porque foi compensada pela
conta de "resultados extraordinários". João Augusto Frota Salles,
analista da Lopes Filho, diz que
"os R$ 531,5 milhões de resultados extraordinários evitaram que
o lucro líquido do Itaú no primeiro trimestre deste ano fosse menor do que em igual período do
ano passado".
Esse valor diz respeito ao ágio
pago na compra do banco Fiat, no
final de 2002, e amortizado no primeiro trimestre do ano passado.
Ele entrou como despesa e reduziu o resultado líquido do banco
naquele período para R$ 714,1 milhões.
Dessa maneira, ao comparar o
lucro líquido do primeiro trimestre do ano passado com o registrado no mesmo período deste
ano, observa-se crescimento.
"Mas a atividade bancária em si
foi pior para o Itaú neste ano",
afirma Gustavo Pedreira, analista
da ABM Consulting.
Queda de juros
O resultado operacional do Itaú
foi mais fraco em conseqüência
da diminuição do resultado bruto
da intermediação financeira
(-14,5%). Isso ocorreu porque as
receitas e despesas financeiras caminharam em ritmo desigual.
As receitas da intermediação financeira (os juros recebidos nas
aplicações em títulos e valores
mobiliários e nos empréstimos,
por exemplo) aumentaram apenas 14,8%. Enquanto isso as despesas (juros pagos nas captações e
operações de empréstimos e repasses e provisões técnicas) cresceram 117,5% no período.
"A queda do juro básico da economia e o nível ainda baixo de demanda por operações de crédito
reduziram o resultado bruto da
intermediação financeira do
Itaú", diz Pedreira.
O saldo das operações de crédito da instituição totalizava, no final de março, R$ 44,7 bilhões bilhões, com um crescimento de
11,7%. Segundo cálculo da ABM
Consulting, o banco vem aumentando o peso das operações de
crédito nas suas receitas totais e
diminuindo o das aplicações em
títulos e valores mobiliários.
Em março de 2003 as operações
de crédito representavam 32%
das receitas do Itaú. Neste ano
chegaram a 39,4%. Já as operações com títulos (tesouraria) respondiam, em 2003, por 29,9% da
receita total do banco e neste ano
ficaram em 27,1%.
No entanto, diz Salles, as operações de crédito ainda não foram
suficientes para compensar a queda de dez pontos percentuais na
Selic, que reduziram os ganhos
com títulos e valores mobiliários.
Segundo ele, o Itaú compensou
parte desse desbalanceamento
com o aumento de 16% das receitas com prestação de serviços, que
totalizaram R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre deste ano.
Texto Anterior: Luís Nassif: Os donos do poder Próximo Texto: Teles: Receita da Embratel cresce 10,8% Índice
|