São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Vaivém das commodities

mzafalon@folhasp.com.br

ESCOLHIDO A DEDO
Brasília será palco de reunião do CFC (Common Fund for Commodities), um organismo da ONU. A escolha do Brasil para a conferência, que ocorre na próxima semana, não foi por acaso. O país pode mostrar aos participantes estrangeiros, nas visitas a campo, como conseguiu desenvolver esse setor.

DEPENDÊNCIA
A afirmação é de Ali Mchuno, embaixador do CFC. Para ele, metade das receitas das exportações de 86 países dependem das commodities e, em 38 países, elas vêm de um produto apenas.

DESENVOLVIMENTO
Mchuno diz que essa conferência em Brasília é importante e vai conscientizar as pessoas sobre a importância das commodities, um importante fator de desenvolvimento.

POBREZA
Commodities e pobreza estão interligados, segundo Mchuno. Não é possível resolver o problema de desenvolvimento mundial e de redução da miséria sem antes resolver os problemas das commodities, acrescenta ele.

OPORTUNIDADE
As commodities são a única janela de oportunidade para acabar com o ciclo de pobreza nos países em desenvolvimento. Essa oportunidade não pode ser negligenciada, segundo Luca Monge-Roffarello, do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

LONGE DO LUCRO
Os preços internacionais das commodities aumentaram, mas o lucro para os produtores caiu nos últimos anos, segundo Alexei Mojarov, da Unctad. Estudo da CFC mostra que os produtores recebem apenas de 4% a 10% dos preços finais pagos pelos consumidores.

UM EXEMPLO
Os produtores de café robusta recebiam 17% de cada dólar pago pelos consumidores finais no período de 1980 a 1988. De 1999 a 2003 recebiam apenas 7,2%, conforme o CFC.

COMBUSTÍVEL X COMIDA
Sobre a discussão se o biocombustível vai diminuir a produção de alimentos, Célio Porto, da Agricultura, pergunta: "Qual a regra da pobreza? Ela vem da escassez da oferta ou da falta de renda? Seguramente da falta de renda, principalmente no campo. A renda será elevada com os novos programas de biocombustível", diz ele.

SUBSÍDIOS
O Brasil, que mantinha taxa de subsídio de 3% nas safras de 2002 e 2003, elevou essa taxa para 5% no período de 2004 e 2005. A alta ocorre devido à presença maior do governo no setor após a crise agrícola. Mesmo assim, a taxa é uma das menores do mundo.


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