São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Investimento de montadoras em P&D gera reação em cadeia

Os investimentos das montadoras em pesquisa e desenvolvimento no Brasil têm gerado uma reação em cadeia que começa a espalhar efeitos benéficos a outras áreas da indústria automotiva. É o que constatou uma pesquisa feita pelo Gempi (Grupo de Estudos de Empresas e Inovação), do Instituto de Geociências, da Unicamp, que acaba de ser concluída.
"Mais do que constatar o crescimento da atividade tecnológica na indústria de autopeças, buscamos descobrir as implicações para empresas localizadas no Brasil dos maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento", diz Ruy Quadros, coordenador do Gempi.
Os pesquisadores foram a campo visitar 14 indústrias brasileiras e multinacionais, conhecidas pela capacidade de inovar. A constatação é que há dois tipos de empresas no país: as que fazem pesquisa básica na matriz e adaptam e desenvolvem os produtos no Brasil e as que desenvolvem tecnologias originais no país. "A maioria das empresas nacionais trabalha com transferência de tecnologia do exterior", diz Rubia Quintão, pesquisadora do Gempi que fez o estudo. "Mas há um pequeno grupo que desenvolve itens novos."
Além disso, diz ela, algumas multinacionais de autopeças fizeram com que o Brasil se tornasse um centro global de competência tecnológica, fornecendo produtos desenvolvidos aqui a outras subsidiárias ao redor do mundo. É o caso da filial brasileira Bosch, criadora do motor "flexfuel".
"Investimos entre 3% e 4% em pesquisa por ano, mas o objetivo é gerar produtos que tenham interesse do mercado", diz Fábio Ferreira, gerente de desenvolvimento de produto da Bosch. "No caso dos motores "flexfuel", foram oito anos de gaveta até que as montadoras decidissem lançá-lo, mas sabíamos que era um produto de sucesso desde o início."
No caso da Bosch, o departamento de pesquisa dobrou de tamanho. O cenário se repete em muitas fabricantes de autopeças e a estimativa da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade é que faltem 17.000 engenheiros para essa área.
"A tendência de maior investimento em pesquisa e desenvolvimento nas autopeças veio para ficar porque os produtos estão cada vez mais complexos", diz Paulo Butori, presidente do Sindipeças, sindicato dos fabricantes de autopeças.
Para Quadros, os investimentos em pesquisa tendem a fazer do Brasil um mercado consumidor cada vez mais sofisticado e distante dos produtos indianos e chineses.

COMUNICAÇÃO
A carioca Casa da Criação Propaganda venceu concorrência para atender a conta da VIA Empreendimentos.

FINANCIAMENTO
O Banco do Brasil vai anunciar, até o final do semestre, sua participação na estruturação de novas operações sindicalizadas para aquisição de empresas, que devem movimentar pelo menos R$ 2,9 bilhões. Os financiamentos permitirão a expansão de empresas brasileiras por meio da aquisição de concorrentes.

ESTRATÉGIA
O livro "Internacionalização, Estratégia e Estrutura" (Ed. Atlas e Fundação Instituto de Administração), coordenado por Eduardo Vasconcellos, da FEA-USP -que descreve a estratégia de empresas como Alpargatas, Azaléia, Fanem e Odebrecht- será lançado dia 12.

PINK

A RIM (Research in Motion), que fabrica o BlackBerry, se prepara para abrir no segundo semestre o seu primeiro escritório no Brasil. A empresa, em parceria com a Vivo, lança, hoje, o BlackBerry PearlT 8110 na cor pink e diz que quer focar no público feminino. Segundo as companhias, as mulheres representam 40% dos usuários de smartphones nos EUA e na Europa. "Mundialmente as mulheres vêm, cada vez mais, utilizando o BlackBerry tanto para o trabalho quanto para seu dia-a-dia. Queremos reproduzir isso no mercado brasileiro", diz Márcia Zikan, executiva responsável pelo marketing da RIM (Research in Motion) na operação com o grupo Telefónica na América Latina.


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