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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Investimento de montadoras em P&D gera reação em cadeia
Os investimentos das montadoras em pesquisa e desenvolvimento no Brasil têm gerado
uma reação em cadeia que começa a espalhar efeitos benéficos a outras áreas da indústria
automotiva. É o que constatou
uma pesquisa feita pelo Gempi
(Grupo de Estudos de Empresas e Inovação), do Instituto de
Geociências, da Unicamp, que
acaba de ser concluída.
"Mais do que constatar o
crescimento da atividade tecnológica na indústria de autopeças, buscamos descobrir as
implicações para empresas localizadas no Brasil dos maiores
investimentos em pesquisa e
desenvolvimento", diz Ruy
Quadros, coordenador do
Gempi.
Os pesquisadores foram a
campo visitar 14 indústrias brasileiras e multinacionais, conhecidas pela capacidade de
inovar. A constatação é que há
dois tipos de empresas no país:
as que fazem pesquisa básica na
matriz e adaptam e desenvolvem os produtos no Brasil e as
que desenvolvem tecnologias
originais no país. "A maioria
das empresas nacionais trabalha com transferência de tecnologia do exterior", diz Rubia
Quintão, pesquisadora do
Gempi que fez o estudo. "Mas
há um pequeno grupo que desenvolve itens novos."
Além disso, diz ela, algumas
multinacionais de autopeças fizeram com que o Brasil se tornasse um centro global de competência tecnológica, fornecendo produtos desenvolvidos
aqui a outras subsidiárias ao redor do mundo. É o caso da filial
brasileira Bosch, criadora do
motor "flexfuel".
"Investimos entre 3% e 4%
em pesquisa por ano, mas o objetivo é gerar produtos que tenham interesse do mercado",
diz Fábio Ferreira, gerente de
desenvolvimento de produto
da Bosch. "No caso dos motores
"flexfuel", foram oito anos de gaveta até que as montadoras decidissem lançá-lo, mas sabíamos que era um produto de sucesso desde o início."
No caso da Bosch, o departamento de pesquisa dobrou de
tamanho. O cenário se repete
em muitas fabricantes de autopeças e a estimativa da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade é que faltem 17.000 engenheiros para essa área.
"A tendência de maior investimento em pesquisa e desenvolvimento nas autopeças veio
para ficar porque os produtos
estão cada vez mais complexos", diz Paulo Butori, presidente do Sindipeças, sindicato
dos fabricantes de autopeças.
Para Quadros, os investimentos em pesquisa tendem a
fazer do Brasil um mercado
consumidor cada vez mais sofisticado e distante dos produtos indianos e chineses.
COMUNICAÇÃO
A carioca Casa da Criação
Propaganda venceu concorrência para atender a conta
da VIA Empreendimentos.
FINANCIAMENTO
O Banco do Brasil vai
anunciar, até o final do semestre, sua participação na
estruturação de novas operações sindicalizadas para
aquisição de empresas, que
devem movimentar pelo
menos R$ 2,9 bilhões. Os financiamentos permitirão a
expansão de empresas brasileiras por meio da aquisição de concorrentes.
ESTRATÉGIA
O livro "Internacionalização, Estratégia e Estrutura"
(Ed. Atlas e Fundação Instituto de Administração),
coordenado por Eduardo
Vasconcellos, da FEA-USP
-que descreve a estratégia
de empresas como Alpargatas, Azaléia, Fanem e Odebrecht- será lançado dia 12.
PINK
A RIM (Research in Motion), que fabrica o BlackBerry, se
prepara para abrir no segundo semestre o seu primeiro escritório no Brasil. A empresa, em parceria com a Vivo, lança,
hoje, o BlackBerry PearlT 8110 na cor pink e diz que quer
focar no público feminino. Segundo as companhias, as mulheres representam 40% dos usuários de smartphones nos
EUA e na Europa. "Mundialmente as mulheres vêm, cada
vez mais, utilizando o BlackBerry tanto para o trabalho
quanto para seu dia-a-dia. Queremos reproduzir isso no
mercado brasileiro", diz Márcia Zikan, executiva responsável pelo marketing da RIM (Research in Motion) na operação com o grupo Telefónica na América Latina.
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