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Dólar cai 2,3% e vai a R$ 2,13, menor cotação em seis meses
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de câmbio iniciou
maio com uma melhora nas expectativas de entrada de recursos no país. Com a recuperação
no preço de commodities e nos
mercados, aumentaram as
apostas de fluxo crescente de
dinheiro em busca de oportunidades no Brasil.
O resultado ontem foi uma
queda de 2,33% no dólar comercial, que voltou a R$ 2,13.
Trata-se da menor cotação desde 5 de novembro, quando ainda estava em R$ 2,119. No ano, a
baixa chega a 8,74%.
O recuo do dólar foi atribuído
também à recuperação da balança comercial em abril, que
indica resistência das exportações brasileiras em meio à crise. Para os investidores, após
romper o piso de R$ 2,20, a
moeda americana deve procurar um novo patamar de oscilação entre R$ 2,10 e R$ 2,20.
"Passamos pela oitava semana positiva no mercado. Tem
um clima muito eufórico nos
mercados internacionais e uma
sensação de que o pior já passou. A Bolsa está antecipando a
saída da crise. Talvez tenha um
pouco de exagero nisso e podemos ter uma correção nos próximos dias", disse Luís Piason,
gerente de câmbio da corretora
Concórdia.
Segundo Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, desde
quarta-feira da semana passada sumiram os investidores
que ainda apostavam na valorização do dólar na BM&FBovespa. Ou seja, as apostas agora são
que o real se valorize.
"Cada vez fica mais claro que
não existem razões para apostar contra o real. O mercado ficou sem oposição para [o dólar]
cair. A taxa de câmbio voltou a
um patamar mais coerente
com a realidade. Agora, a tendência é cair e mais", disse.
Desde o início de abril, os
bancos notaram o retorno ao
país do investidor estrangeiro
de perfil mais agressivo, que
busca ganhos de curto prazo
com diferenciais nas taxas de
câmbio e juros. No caso, o investidor que entrou no país
quando o dólar estava a R$
2,44, como aconteceu no dia 2
de março, já teria acumulado
um ganho de 14,6% até ontem
só com a valorização do real.
"Agora é que esse movimento vai se acentuar. Mas não terá
muito mais espaço para ganhar
tanto com o câmbio, só com diferencial de juros. Dificilmente, o dólar ficará abaixo de R$
2,00", disse Nehme.
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