São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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Dólar cai 2,3% e vai a R$ 2,13, menor cotação em seis meses

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de câmbio iniciou maio com uma melhora nas expectativas de entrada de recursos no país. Com a recuperação no preço de commodities e nos mercados, aumentaram as apostas de fluxo crescente de dinheiro em busca de oportunidades no Brasil.
O resultado ontem foi uma queda de 2,33% no dólar comercial, que voltou a R$ 2,13. Trata-se da menor cotação desde 5 de novembro, quando ainda estava em R$ 2,119. No ano, a baixa chega a 8,74%.
O recuo do dólar foi atribuído também à recuperação da balança comercial em abril, que indica resistência das exportações brasileiras em meio à crise. Para os investidores, após romper o piso de R$ 2,20, a moeda americana deve procurar um novo patamar de oscilação entre R$ 2,10 e R$ 2,20.
"Passamos pela oitava semana positiva no mercado. Tem um clima muito eufórico nos mercados internacionais e uma sensação de que o pior já passou. A Bolsa está antecipando a saída da crise. Talvez tenha um pouco de exagero nisso e podemos ter uma correção nos próximos dias", disse Luís Piason, gerente de câmbio da corretora Concórdia.
Segundo Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, desde quarta-feira da semana passada sumiram os investidores que ainda apostavam na valorização do dólar na BM&FBovespa. Ou seja, as apostas agora são que o real se valorize.
"Cada vez fica mais claro que não existem razões para apostar contra o real. O mercado ficou sem oposição para [o dólar] cair. A taxa de câmbio voltou a um patamar mais coerente com a realidade. Agora, a tendência é cair e mais", disse.
Desde o início de abril, os bancos notaram o retorno ao país do investidor estrangeiro de perfil mais agressivo, que busca ganhos de curto prazo com diferenciais nas taxas de câmbio e juros. No caso, o investidor que entrou no país quando o dólar estava a R$ 2,44, como aconteceu no dia 2 de março, já teria acumulado um ganho de 14,6% até ontem só com a valorização do real.
"Agora é que esse movimento vai se acentuar. Mas não terá muito mais espaço para ganhar tanto com o câmbio, só com diferencial de juros. Dificilmente, o dólar ficará abaixo de R$ 2,00", disse Nehme.


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