São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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China tenta recusar óleos vegetais

DA REUTERS

A China, maior país importador de soja do mundo, está tentando agora cancelar ou renegociar contratos para compra de óleos vegetais, da mesma maneira como tem tentado fazer com milhões de toneladas de soja compradas da América do Sul.
Traders e fontes da indústria afirmaram que havia rumores da falta de pagamento no mercado de óleo de palma, altamente fragmentado, com miniplayers que podem não agüentar muitas perdas, seguindo a queda nos preços internacionais dos óleos assim como nos valores dos fretes.
Pelo menos três carregamentos de óleo de soja da América do Sul estavam sendo desviados para a Índia, já que compradores chineses enfrentam problemas financeiros devido à restrição de crédito adotada pelo governo.
Eles temem que a China renegue mais contratos de óleo de palma além das quase 250 mil toneladas já sob risco de cancelamento.
"É um pesadelo", afirmou um trader sênior de uma corretora em Pequim, que tem negociado com compradores chineses carregamentos reservados antes do forte recuo dos futuros em Chicago e dos valores dos fretes.
Traders estimaram que a China também tenha cancelado de 20 mil a 30 mil toneladas de óleo de soja nesta semana, já que os preços dos óleos vegetais domésticos caíram em meio à chegada da safra nacional de colza, uma oleaginosa que contém mais óleo.

Encontro sobre crise
No mercado de soja, membros da indústria afirmaram que esmagadores planejam um terceiro encontro para discutir a crise na segunda, em Pequim.
Eles discutirão como estabilizar o mercado doméstico depois que a tentativa de recuperar os preços internos do farelo de soja para mais de US$ 350 falhou. Muitos esmagadores baixaram suas ofertas na tentativa desesperada de aumentar o fluxo de caixa.
"O preço mínimo estabelecido anteriormente já foi quebrado", disse um trader em Pequim, afirmando que um esmagador no leste da China estava oferecendo farelo ontem a US$ 312 a tonelada.
Muitos esmagadores chineses estão negociando com os fornecedores o cancelamento ou o atraso da entrega de 20 a 30 carregamentos de soja da América do Sul, devido à liquidez reduzida.
Traders estão receosos de que os problemas na China, especialmente com relação aos óleos vegetais, se agravem se os preços internacionais continuarem caindo.
Eles disseram que o preço atual do óleo de soja da América do Sul está em torno de US$ 550 por tonelada, comparado com a faixa de US$ 630 a US$ 720 por tonelada registrada na época em que a maioria das compras foi fechada.


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