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Petrobras volta a cair e derruba a Bovespa
Queda de 1,91% leva Bolsa
abaixo dos 70 mil pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
A continuidade da queda do
petróleo voltou a abater as
ações da Petrobras, que, por
sua vez, arrastaram a Bolsa de
Valores de São Paulo abaixo
dos 70 mil pontos, o que não
ocorria desde 9 de maio.
O pregão de ontem terminou
com a Bovespa em queda de
1,91%, a 68.673 pontos. O mercado fechou antes de o Copom
anunciar a elevação da Selic para 12,25% (mais meio ponto).
A forte dependência do Ibovespa (principal índice da Bolsa) em relação ao desempenho
das ações da Petrobras mostra
o lado ruim disso nesses momentos. Apenas a ação PN da
Petrobras responde por 14,1%
do Ibovespa, que agrupa os 66
papéis de maior liquidez.
Ontem, a ação PN da petrolífera teve perdas de 4,57%, e a
ON recuou 3,58%.
O que se viu em Nova York
foi o petróleo descer mais um
pouco. O barril do produto caiu
1,62% ontem, fechando em US$
122,30. Nas últimas semanas, o
petróleo vinha batendo recordes -no dia 21 de maio, o barril
fechou cotado a US$ 133,17.
As declarações dadas nesta
semana por Ben Bernanke,
presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos
EUA), que se mostrou preocupado com o enfraquecimento
do dólar, reforçaram a expectativa de que os juros americanos
não cairão mais. E isso tem tirado força das commodities.
Outra ação muito relevante
para a Bovespa, a PNA da Vale
do Rio Doce, fechou em queda
expressiva de 3,05%, ontem.
Seu papel ON recuou 3,52%. A
companhia também acompanha de perto o desempenho das
commodities no exterior, por
ser uma grande exportadora.
Enquanto a Bovespa começa
a se afastar de seus melhores
dias, preocupando os investidores, o dólar tem se mantido
em baixos patamares.
A moeda norte-americana
encerrou ontem estável, vendida a R$ 1,63, em seus menores
valores desde janeiro de 1999,
quando o governo, em meio a
uma crise cambial, decidiu liberar o câmbio.
Mesmo o fraco resultado positivo do fluxo cambial em
maio, que ficou em US$ 148 milhões, não estragou o mercado
de câmbio.
"Acreditamos que o dólar só
deve encontrar espaço para oscilações muito bruscas e acentuadas ante o real se houver algum fato novo relevante. Também não há espaço para quedas
mais acentuadas que levem as
cotações a romper o patamar
de R$ 1,60 de forma definitiva e
duradoura", diz Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
"Além das preocupações relativas ao cenário externo, os
agentes consideram a perspectiva de que o governo seja mais
agressivo nas compras de dólares e de que possa até reduzir as
alíquotas de importação de alguns produtos para ajudar no
combate à inflação", completa
Tavares.
A moeda norte-americana
acumula depreciação de 8,27%
diante do real em 2008.
A Bovespa, apesar das quedas
recentes, ainda registra valorização de 7,49% no ano.
O resultado da Bovespa chama a atenção especialmente se
for comparado ao de outras
Bolsas de Valores, que enfrentam perdas no ano.
No mercado acionário norte-americano, o que se vê é baixa
anual acumulada de 6,59% no
índice Dow Jones. A Bolsa eletrônica Nasdaq tem queda de
5,62% neste ano.
Ontem, o índice Dow Jones
-que reúne as 30 ações norte-americanas de maior liquidez-
recuou 0,10%. Já a Nasdaq subiu 0,91% no pregão.
A Bolsa de Londres terminou
ontem com desvalorização de
1,45%. Em 2008, suas perdas
estão em 7,40%.
(FABRICIO VIEIRA)
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