São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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SP e MG têm desempenho melhor, aponta IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A crise afetou de modo distinto as diferentes regiões do país, e dois dos maiores polos industriais nacionais começam a liderar a ainda discreta recuperação do setor: São Paulo e Minas Gerais, segundo o IBGE.
De janeiro a abril, quando voltou a crescer, a indústria paulista acumula alta de 5,5%. Em Minas, a expansão foi de 10,9% no período. Na média, o crescimento ficou em 6,2%.
São Paulo exerceu a principal influência positiva no período. "Há um claro destaque para São Paulo, que tem o impacto mais significativo", disse o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Tanto a indústria paulista como a mineira se beneficiam da retomada da produção de veículos, puxados pelo crédito e pela redução de tributos.
Na fase inicial de agravamento da crise, porém, os dois Estados puxaram as perdas. No último trimestre de 2008, a produção industrial paulista caiu 18,9%. Em Minas, a queda somou 31% de julho a dezembro.
Pelos dados do IBGE, a produção caiu em metade dos 14 locais pesquisados de março para abril na taxa livre de influências sazonais. Os melhores desempenhos ficaram com Espírito Santo (7,1%), Goiás e Rio Grande do Sul (ambos com 2,3%) e Ceará (1,7%) -todos acima da média nacional (1,1%).
Também tiveram taxas positivas São Paulo (1%), Minas Gerais (0,6%) e Santa Catarina (0,5%). Na outra ponta, as maiores quedas ficaram com Bahia (-11%), região Nordeste (-5,1%) e Amazonas (-5%).
Apesar da melhora na ponta, a produção industrial cedeu em todas as regiões no acumulado do primeiro quadrimestre ante igual período de 2008. As maiores perdas ficaram com Espírito Santo (-30%), Minas Gerais (-23%) e Amazonas (-19%).
No confronto com abril de 2008, os 14 locais pesquisados também mostraram retração, com destaque para Espírito Santo (-26,7%), Minas Gerais (-21,6%) e Amazonas (-21%).
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o comportamento distinto dos diversos setores explica as diferentes reações.
"Os resultados menos favoráveis decorrem da retração da produção nos setores de bens de capital, bens de consumo duráveis e de setores voltados para a exportação de commodities industriais, como minérios de ferro e produtos siderúrgicos", diz o instituto.
Tais ramos são concentrados em certos Estados, como minério em Minas Gerais e Pará e siderurgia em Minas e Rio.


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