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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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TRIBUTOS

Setores de combustíveis, telefonia e energia respondem por 40% do ICMS arrecadado em todo o país, diz IBPT

Reajuste de tarifa rende R$ 10,5 bi ao governo

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os aumentos de tarifas de telefone e energia elétrica aprovados até este mês pelas agências reguladoras vão injetar R$ 10,5 bilhões extras nos cofres do governo, no segundo semestre, em impostos federais e estaduais (ICMS). As projeções foram feitas pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) para a Folha.
Segundo Gilberto Amaral, presidente do IBPT, a safra de reajustes tarifários alimenta não só o caixa das empresas mas, principalmente, os dos governos estaduais e federal. "Por isso é tão complicado para o governo tentar conter os reajustes tarifários", diz. O aumento da mordida do leão poderá chegar a R$ 16,89 bilhões, segundo ele, se a arrecadação tributária no setor de combustíveis for turbinada nos próximos meses por aumentos de preços semelhantes aos praticados no ano passado. O setor pagaria R$ 6,37 bilhões a mais em impostos. A arrecadação estimada no próximo semestre, com combustíveis, é de R$ 42,5 bilhões.
Segundo Amaral, os três setores - combustíveis, telefonia e energia- respondem por 40% do ICMS arrecadado em todo o país. "O governo teria de comprar briga com os governadores se brecasse os reajustes tarifários", diz.
Só o reajuste médio de 25% nas tarifas de telefonia fixa, aprovado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na semana passada, vai resultar em uma arrecadação extra, no segundo semestre, de R$ 5,76 bilhões.
No total, segundo estimativa do IBPT, o setor deverá recolher R$ 30,16 bilhões em impostos nos próximos seis meses. "A arrecadação será 24% maior do que no primeiro semestre, por conta do reajuste tarifário", diz Amaral.
Já no setor elétrico ele estima um aumento de 23% na arrecadação. O setor deixará na mão do fisco R$ 25,8 bilhões nos próximos seis meses. Serão R$ 4,76 bilhões a mais devido aos aumentos concedidos nas revisões tarifárias já divulgadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).


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