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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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A REBOQUE

Queda foi de 7% ante o mesmo mês de 2002; montadoras podem ampliar férias coletivas, diz presidente da Anfavea

Venda de veículos tem pior junho em 10 anos

ROSE SASSARRÃO
DA FOLHA ONLINE

As vendas de veículos no mercado interno tiveram o pior resultado para um mês de junho em uma década. No mês passado, o setor comercializou 100.102 unidades. Em junho de 1993, foram vendidos 97,7 mil veículos.
Os dados foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Com a queda das vendas, o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, disse que as montadoras -que já concederam férias coletivas neste ano- estudam ampliar ou até dar um novo descanso para os funcionários, a fim de reduzir os estoques.
A queda nas vendas em relação a junho do ano passado foi de 7%. Se forem comparados os dados de junho e maio, a queda nas vendas é de 6,1%. Em maio, haviam sido vendidas 106.643 unidades.
No primeiro semestre deste ano, o recuo foi de 8,2% em relação ao mesmo período de 2002.
Para avaliar quantos carros e caminhões foram vendidos no mês, a Anfavea utiliza os dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
A produção de veículos também caiu. Foram fabricadas 141.545 unidades no mês passado, contra 144.221 no mesmo período do ano passado, uma queda de 1,9%. Em maio, as montadoras produziram 165.316 veículos.
As exportações continuam sendo o destaque. Em junho, as vendas externas chegaram a US$ 504,6 milhões, o que representa alta de 60,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Carvalho afirmou, porém, que o aumento das exportações não é suficiente para compensar a queda das vendas no mercado interno. Segundo ele, o mercado não tem condições de sobreviver unicamente das exportações.
"As montadoras e as concessionárias continuam utilizando as promoções e os feirões para alavancar as vendas, mas nem isso está dando muito resultado."
Em junho, os estoques das fábricas e concessionárias apresentavam 161.057 unidades, número suficiente para suprir todo o mercado por 49 dias.
O presidente da Anfavea afirmou também que, se as vendas continuarem baixas, a indústria automobilística não terá condições de recuperar o que perdeu até agora. "Os juros continuam em patamares elevados e só uma queda mais acentuada poderia elevar as vendas."


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