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Lance mínimo emperra leilão da Varig
Lucio Tavora
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Passageiro em balcão da Varig em Brasília; VarigLog ofereceu US$ 485 mi por 90% do controle da parte operacional da Varig |
Venda da companhia aérea, marcada para o próximo dia 12, depende de aprovação do credores à proposta da VarigLog
Valor precisa cobrir ao
menos as despesas com a
oferta; ex-subsidiária faz
mais um depósito para
garantir sobrevivência
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A definição de um lance mínimo para o novo leilão de venda da Varig, marcado pela Justiça para o dia 12, está emperrando o fechamento do edital,
de acordo com pessoas envolvidas na negociação.
O lance mínimo precisa cobrir ao menos as despesas que a
VarigLog tem tido com a oferta,
que prevê uma linha de crédito
de US$ 20 milhões para a continuidade das operações da Varig
até a realização de um novo leilão. Além disso, a ex-subsidiária se dispôs a pagar US$ 3,87
milhões a trabalhadores e credores, que ficariam com uma
parcela de 5% cada um da nova
empresa.
A VarigLog ofereceu US$ 485
milhões por 90% do controle
da parte operacional da Varig.
O valor refere-se apenas a investimentos na nova empresa e
não será usado para pagar aos
credores.
Segundo Celso Klafke, presidente da Federação Nacional
dos Trabalhadores da Aviação
Civil, a VarigLog afirmou em
reunião com credores que a nova empresa começaria com 20
aviões e cerca de 2.500 funcionários. "A idéia deles é chegar a
80 aviões", disse.
A proposta da VarigLog prevê a manutenção de operações
de vôo na "velha Varig" em proporções modestas: dois aviões e
uma única linha. A idéia é manter a empresa ativa para que ela
possa receber os R$ 4,5 bilhões
referentes a uma ação que a Varig move contra o governo sobre congelamento de tarifas.
Além disso, a empresa tem
mais R$ 1,3 bilhão a receber dos
Estados por conta de ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços).
Fundo de pensão
O Aerus, fundo de pensão dos
empregados da Varig, considera a viabilidade da "velha Varig"
fundamental para dar segurança aos credores.
Ontem, representantes do
fundo se reuniram com advogados para estudar a melhor estratégia a ser adotada na assembléia de credores.
Lap Chan, um dos principais
executivos do Matlin Patterson, fundo que tem participação na VarigLog, chegou a se
reunir com o Aerus, acompanhado de advogados na última
segunda-feira. O executivo fez
uma oferta de R$ 24 milhões
pelos 5% de ações que o fundo
de pensão tem da VarigLog. Essas ações foram dadas em garantia pela Varig em renegociações anteriores de dívidas. O
fundo informou que não tem a
"intenção de se desfazer de
suas garantias". A Varig deve
R$ 2,3 bilhões ao Aerus. Desse
total, R$ 1,1 bilhão foi repactuado na recuperação judicial.
Novo aporte
Enquanto a VarigLog e os
credores não chegam a um consenso sobre o pagamento de dívidas, a ex-subsidiária realizou
ontem um novo aporte para garantir a sobrevivência da companhia aérea até o leilão. Até a
última sexta-feira, a VarigLog
já havia depositado US$ 7 milhões. A VarigLog não informa
os valores depositados desde
segunda-feira.
Infraero
Com mais recursos em caixa,
a Varig voltou a depositar antecipadamente para voar. Segundo a Infraero, a companhia pagou R$ 175 mil referentes a tarifas aeroportuárias de hoje. Segundo a estatal, a Varig vinha
fazendo apropriação indébita
das tarifas de embarque, uma
parcela de recursos paga pelos
passageiros e que a empresa somente precisa repassar para a
Infraero. Em razão disso, a Infraero chegou a ameaçar a Varig de efetuar a cobrança à vista,
antes do embarque dos passageiros. Para evitar maiores dificuldades, a Varig passou a pagar na véspera desde a semana
passada.
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