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SP quer plano de emergência com mais de uma empresa
Presidente da Prodesp diz que dificuldade é aprovação pelos tribunais de contas
Segundo governo estadual, plano de contingência para evitar pane na internet não funcionou porque também era da própria Telefônica
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo paulista tinha um
plano de contingência para situações como a vivenciada ontem, quando uma pane dos sistemas da Telefônica deixou os
órgãos públicos estaduais fora
do ar, mas ele não funcionou,
porque havia sido contratado
da mesma companhia.
Na próxima licitação para o
provimento desses serviços,
em 2010, a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) incluirá a contratação de uma segunda empresa, que entrará em
ação no caso de uma falha da
primeira prestadora.
"A própria Telefônica oferece o "backbone" [central que faz
a conexão de dados entre a central da operadora e os clientes]
e um "backbone" de emergência. Se um não funciona, o outro
é acionado automaticamente.
Dessa vez, não deu certo", explicou Leão Carvalho, presidente da Prodesp.
Grandes empresas privadas
costumam contratar uma segunda prestadora de serviços
para emergências. "Incomoda
saber que poderíamos ter uma
alternativa diferenciada [de soluções para crises]", afirmou o
executivo.
O presidente da Prodesp disse que a dificuldade de adquirir
os chamados "acessos duplos"
ou "sistemas redundantes" está
no custo extra, que pode não
ser aceito em um processo licitatório ou questionado posteriormente pelos tribunais de
contas públicos. "Como justificar a contratação de uma outra
empresa para prestar um serviço de stand-by que pode nem
ser usado e que na verdade ninguém deseja usar?"
"Esperamos que uma situação como essa sirva de argumento na negociação com o departamento jurídico na próxima licitação. Passamos todos
por uma grande aprendizagem.
Nos próximos modelos já estabelecemos que não vamos ficar
na mão de um só [prestador de
serviço]. Estamos trabalhando
com a idéia de dois lotes e duas
empresas", afirmou Carvalho.
Complicado será calcular as
perdas para acionar a Telefônica pela quebra de contrato, já
que as cláusulas que dizem que
o serviço não pode ser interrompido foram quebradas. "Vai
levar um certo tempo. Possuímos cerca de 13 mil links, em
grupos com propriedades diferentes", disse Carvalho.
Nas tabelas que constam no
documento especificando as
multas por período de interrupção do serviço, o tempo máximo é de 10 horas, ou seja, não
há punição estabelecida para
períodos maiores.
"Nunca poderíamos imaginar que pudesse haver uma interrupção superior a 600 minutos, o que aconteceu [anteontem] foi extraordinário.
Colocamos uma equipe de dez
pessoas para fazer a análise do
contrato", disse o executivo da
Prodesp. Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica,
telefonou duas vezes para Carvalho entre anteontem e ontem
e deixou claro que a equipe jurídica da empresa também está
debruçada sobre a questão.
O acordo de prestação de serviços da Telefônica ao governo
estadual foi firmado em 2005 e
se encerra em 2010, com remuneração de R$ 250 milhões pelos cinco anos. "O que existia
antes era a contratação individual por cada órgão do serviço,
o que gerava custos de R$ 600
milhões no mesmo intervalo de
tempo. O modelo que utilizamos atualmente é inovador",
destaca Carvalho.
(DG)
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