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Bolsa encerra a semana com queda de 7,71%
Sem o mercado dos EUA, giro na Bovespa foi baixo ontem
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a referência do mercado
norte-americano, fechado pelo
feriado do Dia da Independência, a Bovespa teve um pregão
de baixas oscilações e encerrou
com alta de 0,16%. Na semana,
o resultado foi bastante desanimador aos investidores, com a
Bolsa de Valores de São Paulo
registrando desvalorização
acumulada de 7,71%.
Os 59.365 pontos marcados
no fim do pregão de ontem deixaram a Bovespa nos patamares em que operava no mês de
março. Desde seu pico histórico -os 73.516 pontos de 20 de
maio-, a Bolsa amarga perdas
de mais de 19%.
O pregão teve um de seus menores giros de 2008, movimentando apenas R$ 2,81 bilhões
-na média do ano, têm sido negociados por dia na Bolsa R$
6,22 bilhões.
Para evitar que a Bolsa tivesse mais um pregão de baixa, como foram os três anteriores, a
apreciação dos papéis da Petrobras foi importante. Sendo a
ação de maior peso na carteira
do Ibovespa, a preferencial da
Petrobras teve valorização de
1,52%. Seu papel ordinário subiu 1,44%.
A semana negativa não poupou ninguém. Entre as 66 ações
que estão na composição do índice Ibovespa, o mais relevante
do mercado local, apenas Cosan ON subiu (7,03%).
Na outra ponta, as maiores
perdas ficaram com Gol PN
(-23,81%) e TAM PN (-19,07%).
O atual cenário, marcado pelas
sucessivas quebras de recordes
no preço do petróleo no exterior, piora as perspectivas para
o setor aéreo, que pode sofrer
com as pressões sobre os custos
dos combustíveis.
O setor siderúrgico, um dos
destaques de ganhos no ano,
também decepcionou na semana. As ações da Usiminas caíram 16,26% (ON) e 15,93%
(PNA); as ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional
recuaram 14,65%.
A Bovespa passou a acumular
queda de 7,08% em 2008. Na
virada de abril para maio, a Bolsa ganhou impulso com a promoção do país à categoria de
"investment grade" (grau de investimento). Mas o clima favorável se desmanchou nas últimas semanas, com a piora do
cenário internacional, marcado
por pressões inflacionárias e a
possibilidade de os juros voltarem a ser elevados nos EUA.
Nesse cenário, os estrangeiros acabaram por vender ações
brasileiras. O movimento foi
tão forte que junho registrou o
pior resultado mensal da história no saldo de estrangeiros na
Bolsa paulista, que ficou negativo em R$ 7,41 bilhões.
No primeiro dia deste mês,
outros R$ 335,5 milhões em capital externo deixaram as ações
brasileiras.
Apesar da saída de estrangeiros da Bolsa, o dólar tem se
mantido comportado.
No mercado de câmbio doméstico, o dólar encerrou as
operações de ontem a R$ 1,608,
em baixa de 0,19%. Diferentemente de outros períodos recentes de crise, o dólar não tem
se fortalecido. No ano, a queda
da moeda está em 9,51%.
O mercado europeu terminou as operações de ontem
com baixas significativas. Em
Paris, houve depreciação de
1,80%. A Bolsa de Frankfurt sofreu recuo de 1,28%, e a de Londres caiu 1,16%.
Pequeno investidor
O mês passado, apesar das
fortes perdas sofridas pelo
mercado acionário, foi marcado por novo crescimento no
número de investidores pessoa
física na Bovespa.
Dados da CBLC (Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia) mostram que o mês encerrou com 516.757 contas de
investidores pessoas físicas,
contra os 486.706 registrados
do mês anterior.
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