São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa encerra a semana com queda de 7,71%

Sem o mercado dos EUA, giro na Bovespa foi baixo ontem

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a referência do mercado norte-americano, fechado pelo feriado do Dia da Independência, a Bovespa teve um pregão de baixas oscilações e encerrou com alta de 0,16%. Na semana, o resultado foi bastante desanimador aos investidores, com a Bolsa de Valores de São Paulo registrando desvalorização acumulada de 7,71%.
Os 59.365 pontos marcados no fim do pregão de ontem deixaram a Bovespa nos patamares em que operava no mês de março. Desde seu pico histórico -os 73.516 pontos de 20 de maio-, a Bolsa amarga perdas de mais de 19%.
O pregão teve um de seus menores giros de 2008, movimentando apenas R$ 2,81 bilhões -na média do ano, têm sido negociados por dia na Bolsa R$ 6,22 bilhões.
Para evitar que a Bolsa tivesse mais um pregão de baixa, como foram os três anteriores, a apreciação dos papéis da Petrobras foi importante. Sendo a ação de maior peso na carteira do Ibovespa, a preferencial da Petrobras teve valorização de 1,52%. Seu papel ordinário subiu 1,44%.
A semana negativa não poupou ninguém. Entre as 66 ações que estão na composição do índice Ibovespa, o mais relevante do mercado local, apenas Cosan ON subiu (7,03%).
Na outra ponta, as maiores perdas ficaram com Gol PN (-23,81%) e TAM PN (-19,07%). O atual cenário, marcado pelas sucessivas quebras de recordes no preço do petróleo no exterior, piora as perspectivas para o setor aéreo, que pode sofrer com as pressões sobre os custos dos combustíveis.
O setor siderúrgico, um dos destaques de ganhos no ano, também decepcionou na semana. As ações da Usiminas caíram 16,26% (ON) e 15,93% (PNA); as ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional recuaram 14,65%.
A Bovespa passou a acumular queda de 7,08% em 2008. Na virada de abril para maio, a Bolsa ganhou impulso com a promoção do país à categoria de "investment grade" (grau de investimento). Mas o clima favorável se desmanchou nas últimas semanas, com a piora do cenário internacional, marcado por pressões inflacionárias e a possibilidade de os juros voltarem a ser elevados nos EUA.
Nesse cenário, os estrangeiros acabaram por vender ações brasileiras. O movimento foi tão forte que junho registrou o pior resultado mensal da história no saldo de estrangeiros na Bolsa paulista, que ficou negativo em R$ 7,41 bilhões.
No primeiro dia deste mês, outros R$ 335,5 milhões em capital externo deixaram as ações brasileiras.
Apesar da saída de estrangeiros da Bolsa, o dólar tem se mantido comportado.
No mercado de câmbio doméstico, o dólar encerrou as operações de ontem a R$ 1,608, em baixa de 0,19%. Diferentemente de outros períodos recentes de crise, o dólar não tem se fortalecido. No ano, a queda da moeda está em 9,51%.
O mercado europeu terminou as operações de ontem com baixas significativas. Em Paris, houve depreciação de 1,80%. A Bolsa de Frankfurt sofreu recuo de 1,28%, e a de Londres caiu 1,16%.

Pequeno investidor
O mês passado, apesar das fortes perdas sofridas pelo mercado acionário, foi marcado por novo crescimento no número de investidores pessoa física na Bovespa.
Dados da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) mostram que o mês encerrou com 516.757 contas de investidores pessoas físicas, contra os 486.706 registrados do mês anterior.


Texto Anterior: Estréia: Economista Marcos Lisboa passa a escrever na Folha
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.