São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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Indústria perde fôlego na maior parte das regiões

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial caiu de abril para maio na em 8 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os destaques negativos ficaram com Rio Grande do Sul (-4,2%) e Santa Catarina (-3,1%). Em São Paulo, a queda foi de 0,3% na taxa livre de influências sazonais -um pouco menos intensa do que a de 0,5% registrada na média nacional.
Segundo André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o fraco desempenho é reflexo do "efeito calendário". É que maio teve dois dias úteis a menos. Em abril, o mês terminou com um dia a mais do que o habitual.
"Sem dúvida, o mês de maio foi marcado por menor ritmo da atividade industrial, mas esse resultado está muito ligado ao efeito negativo do calendário," afirma.
Além desse efeito, diz, alguns ramos sentem o impacto do câmbio, como têxtil, calçados e vestuário. Tal cenário também influenciou a desaceleração da indústria, segundo o economista.
Em relação a maio de 2007, a produção perdeu fôlego em 10 dos 14 locais pesquisados. Em São Paulo, a expansão no mês ficou em 6,6% nessa mesma base de comparação, bem abaixo dos 14,9% de abril.
Apesar da desaceleração, Macedo diz que ramos produtores de bens duráveis (especialmente veículos e celulares) e máquinas e equipamentos asseguram ainda o dinamismo da indústria paulista. Na comparação com maio de 2007, lideraram a produção industrial em São Paulo os setores de material eletrônico e de comunicações (27,5%), refino de petróleo e produção de álcool (12,3%) e veículos (5,9%).
Em outros Estados, como Rio de Janeiro e Espírito Santo -onde a produção cresceu 2,4% e 2,2%, respectivamente, de abril para maio-, o dinamismo veio da produção de commodities típicas de exportação. Nesses casos, os destaques são petróleo, minério de ferro beneficiado e celulose.

Expansão anual
Se em maio a indústria já dá sinais de perda de ritmo, o mesmo não ocorre no acumulado do ano. De janeiro a maio, todas as 14 áreas registraram expansão em relação a igual período de 2007.
Os principais incrementos ficaram com Espírito Santo (17,1%), Paraná (11%), Goiás (10%) e São Paulo (9,7%). Todos os resultados superaram a média nacional -6,2%. Na indústria paulista, os melhores desempenhos vieram de veículos (17,6%), material eletrônico e de comunicações (24,6%) e máquinas e equipamentos (11,3%).
"Quando se considera o acumulado do ano, o efeito negativo do calendário fica diluído e o que vemos é um incremento generalizado da produção", diz Macedo.


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