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Indústria perde fôlego na maior parte das regiões
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A produção industrial caiu
de abril para maio na em 8
das 14 regiões pesquisadas
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os destaques negativos
ficaram com Rio Grande do
Sul (-4,2%) e Santa Catarina
(-3,1%). Em São Paulo, a queda foi de 0,3% na taxa livre de
influências sazonais -um
pouco menos intensa do que
a de 0,5% registrada na média nacional.
Segundo André Macedo,
economista da Coordenação
de Indústria do IBGE, o fraco
desempenho é reflexo do
"efeito calendário". É que
maio teve dois dias úteis a
menos. Em abril, o mês terminou com um dia a mais do
que o habitual.
"Sem dúvida, o mês de
maio foi marcado por menor
ritmo da atividade industrial,
mas esse resultado está muito ligado ao efeito negativo
do calendário," afirma.
Além desse efeito, diz, alguns ramos sentem o impacto do câmbio, como têxtil,
calçados e vestuário. Tal cenário também influenciou a
desaceleração da indústria,
segundo o economista.
Em relação a maio de
2007, a produção perdeu fôlego em 10 dos 14 locais pesquisados. Em São Paulo, a
expansão no mês ficou em
6,6% nessa mesma base de
comparação, bem abaixo dos
14,9% de abril.
Apesar da desaceleração,
Macedo diz que ramos produtores de bens duráveis (especialmente veículos e celulares) e máquinas e equipamentos asseguram ainda o
dinamismo da indústria paulista. Na comparação com
maio de 2007, lideraram a
produção industrial em São
Paulo os setores de material
eletrônico e de comunicações (27,5%), refino de petróleo e produção de álcool
(12,3%) e veículos (5,9%).
Em outros Estados, como
Rio de Janeiro e Espírito
Santo -onde a produção
cresceu 2,4% e 2,2%, respectivamente, de abril para
maio-, o dinamismo veio da
produção de commodities típicas de exportação. Nesses
casos, os destaques são petróleo, minério de ferro beneficiado e celulose.
Expansão anual
Se em maio a indústria já
dá sinais de perda de ritmo, o
mesmo não ocorre no acumulado do ano. De janeiro a
maio, todas as 14 áreas registraram expansão em relação
a igual período de 2007.
Os principais incrementos
ficaram com Espírito Santo
(17,1%), Paraná (11%), Goiás
(10%) e São Paulo (9,7%). Todos os resultados superaram
a média nacional -6,2%. Na
indústria paulista, os melhores desempenhos vieram de
veículos (17,6%), material
eletrônico e de comunicações (24,6%) e máquinas e
equipamentos (11,3%).
"Quando se considera o
acumulado do ano, o efeito
negativo do calendário fica
diluído e o que vemos é um
incremento generalizado da
produção", diz Macedo.
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