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Ex-secretário contesta críticas de Mantega a cobrança estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o ex-secretário da Receita Federal e consultor tributário Everardo Maciel, o ministro Guido Mantega (Fazenda)
não está "suficientemente informado" ao afirmar que os incentivos fiscais concedidos pelo governo -como a redução do
IPI para automóveis e linha
branca- estão sendo "anulados" nos Estados que adotam o
regime de substituição tributária, como o de São Paulo.
A Folha procurou o ministro, por meio de sua assessoria,
e não o localizou até a conclusão desta edição para comentar
a afirmação do ex-secretário da
Receita Federal.
"O ministro não está suficientemente informado sobre
os prazos dados para o recolhimento do ICMS no regime de
substituição tributária. Ele
[Mantega] disse que a redução
do IPI ficou prejudicada porque houve antecipação do pagamento do imposto. Eu digo
que não existe isso porque o
prazo para pagar o imposto é
de 90 dias [desde o momento
da venda]", diz Maciel.
"O pagamento do ICMS foi
deslocado [da cadeia produtiva] e passou a ser responsabilidade da indústria. Mas o prazo
para pagar não foi antecipado,
é de 90 dias", diz o ex-secretário da Receita Federal.
A polêmica começou há cerca de dez dias, quando Mantega
abordou o assunto durante
uma reunião com representantes do varejo em São Paulo.
Na ocasião, o ministro declarou: "Tecnicamente, a substituição tributária é correta porque diminui a sonegação, mas
fazer isso neste momento, durante a crise, e nos produtos
que estamos desonerando, é
uma contramedida".
Para o ex-secretário da Receita, há muita desinformação
também entre os empresários
sobre o regime. "A Secretaria
da Fazenda paulista deveria intensificar o trabalho de esclarecimento para evitar o pânico
causado pela desinformação."
Aumento no caixa de SP
Na avaliação de Maciel, não
há dúvida de que os quase R$ 3
bilhões de arrecadação de
ICMS que entraram a mais nos
cofres do governo paulista
eram antes sonegados. "A substituição tributária diminui
enormemente a sonegação fiscal. Vi isso quando estava no
governo federal no caso do PIS
e da Cofins para o setor automotivo", afirma.
Para Welinton Mota, consultor tributário da Confirp, a
substituição tributária é uma
medida eficaz contra a sonegação e serve para fazer "justiça
social". "O Estado passa a recolher uma parte do imposto que
não era contabilizada e devolve
esse valor em benefícios para a
população."
(CR e FF)
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