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Processos põem em xeque infraestrutura da Oi em São Paulo
Franqueados dizem que operadora prejudicou seus negócios por ter investido na rede menos do que havia prometido
Problemas ocorreram com
lojistas que atendem o
mercado corporativo;
quebra de contrato teria
levado a prejuízos de R$ 1 mi
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
No momento em que a Oi comemora 3,3 milhões de clientes conquistados em São Paulo,
o que representa 8% de participação de mercado em cerca de
oito meses, dois processos movidos por 12 de seus 19 franqueados (que só atendem empresas) colocaram em xeque o
modelo de negócio da operadora e a qualidade de sua rede (infraestrutura).
Segundo Rodrigo Leite Zanin, advogado que representa
dez franqueados, para convencê-los a investir R$ 1,3 milhão
cada um, a Oi fez diversas promessas no início de 2008. Uma
delas foi erguer uma rede com
mais de 2.000 torres e antenas,
um investimento de R$ 1 bilhão
para garantir a cobertura e a
qualidade do sinal.
Em março, após registrar
vendas 70% abaixo da meta no
setor corporativo, a Oi reuniu-se com esses lojistas e assumiu
que a rede tinha deficiências,
principalmente de cobertura, e
que, por isso, teria de corrigir o
plano de negócio. A reunião foi
gravada, e o conteúdo, a que a
Folha teve acesso, transcrito e
anexado ao processo.
Um dos franqueados, que já
registra prejuízo de R$ 1,1 milhão, aceitou conversar sob
condição de sigilo por temer retaliações. Ele teve acesso ao
cronograma de instalação das
torres da Oi e descobriu que a
companhia começou sua operação no Estado com apenas
750 estações, 30% do previsto.
A Folha apurou que o plano
de instalação da rede se dividia
em três fases. Na primeira,
concluída em outubro, estavam previstas 2.120 torres para
as chamadas de voz (2G), sendo
854 delas também equipadas
para o 3G (tecnologia que permite o tráfego de dados).
Numa segunda etapa, que teria de ser encerrada em março,
seriam erguidas 231 torres e
182 também equipadas para o
3G. A última seria estendida
até 2010, prevendo 89 novas
torres e mais 213 com 3G.
Essa rede cobriria 482 municípios em São Paulo e 163 ficariam descobertos. Segundo o
Teleco, consultoria em telecomunicações, atualmente 249
municípios têm o serviço da Oi.
De acordo com a Anatel, a
operadora já dispõe de mais de
2.000 torres instaladas. Mas os
franqueados alegam que não
adianta ter torres se as antenas
não têm "potência" de cobertura. Para eles, ainda há zonas de
"sombra" dentro das principais
cidades do interior e até mesmo na capital.
Resultado: a Oi teria determinado uma redução de 60
vendedores por franquia para
15 e baixou as metas mensais,
que em outubro eram de 1.020
linhas por vendedor, para 885.
"Nem assim deu certo", diz Zanin. Com as vendas em baixa, a
Oi decidiu quebrar o contrato e
pôr fim à exclusividade territorial de seus franqueados. Foi aí
que o caso parou na Justiça,
que concedeu liminar em favor
dos franqueados.
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